12 agosto 2011

"La Doce", o livro

Estou sempre lendo algum livro sobre futebol, por mais que eles sejam poucos e nem sempre tão bons. Falta literatura sobre o esporte (em especial aqui no Brasil) e então eu procuro sempre divulgar com destaque as boas obras que surgem. É o caso de um livro que ainda nem foi lançado no Brasil - só na Argentina: "La Doce - La verdadera historia de la barra brava de Boca".



Deixando de lado a antipatia que certamente nos opõe à hinchada do Boca, é uma obra imperdível para quem gosta do futebol de verdade, aquele que se vive a partir da arquibancada. O livro tem o mérito de avançar para além do simples relato das brigas de torcida e mesmo da ascensão de La Doce no futebol argentino. A coisa lá é muito mais complexa do que por aqui e, de maneira um tanto secundária, o autor relata também um pouco da história de outras hinchadas: Los Borrachos del Tablón, La Guardia Imperial, Buteler etc.

Entendo que a melhor maneira de divulgar um livro é por meio de alguns trechos relevantes. É o que faço abaixo:

Páginas 8 e 9: "Hoy, ochenta y cinco años después, se entiendem mucho mejor las palabras que Rafael di Zeo, el actual jefe de La Doce en prisión, enarbolaba como bandera: "¿Vos te creés que conmigo preso la violencia se va a terminar? ¿Vos te creés que si nos juntam a todos en una plaza y nos matan, la violencia se va a terminar? No, no se va a terminar nunca. ¿Sabés por qué? Porque esto es una escuela. Es herencia, herencia y herencia. Viene desde 1931, cuando los de River ya cobraban a manos de La Doce. Y seguirá por siempre. Porque el fútbol es así. La violencia no la generamos nosostros, sólo sucede. Está ahí, en el fútbol. La Policía arma un operativo de seguridad para que no pase nada. Pero cuando falla y se encuentran dos barras, sucede. Y eso no se va a terminar jamás."

Página 33: "Poco después de las tres de la tarde, el Abuelo abandonaba la Comisaría 24 y rumbeaba hacia la cancha a la cabeza de La Doce. Quince minutos antes del comienzo del partido apareció en el centro del paravalanchas destinado a la jefatura de la barra. El "Dale Bo" retumbó como nunca. La Doce havia cambiado de manos."

Página 63: "Otro echo, pocos meses después, posicionaria a Di Zeo en un lugar más importante. El 19 de octubre de ese año, Boca recibía a Racing por la Supercopa que después terminaría ganando frente a Independiente. La Guardia Imperial, sabiendo que la gente de la Isla Maciel y La Boca ya no íba, como demonstración de poder decidió ir caminando hasta la Bombonera por el viejo Puente Pueyrredón. Enterado, Di Zeo armó, junto a Querida y Manzanita, un grupo de choque para ir a buscar los de Racing. Hubo tiros al aire y en la retirada, al verse ampliamente superados, algunos de los hinchas de Racing se tiraron al Riachuelo. Si bien rápidamente intervino en la Comisaría 30, la batalla estaba ganada. Tanto que una semana más tarde, durante el partido revancha en Avellaneda, La Doce sacó unos cuantos salvavidas en la tribuna y estrenó la canción "olelé, olalá, no crucen el puente si no saben nadar""

Página 65: "Lo cierto es que el 6 de junio de ese año, cuarenta integrantes de la barra tomaron un vuelo desde Ezeiza directo havia la península. El equipaje era un monumento al exceso: treinta bombos, treinta y cinco redoblantes y varias banderas de tamaño importante hicieron colapsar la bodega del avión."

Este aqui é importante:

Página 41: "Por entonces, La Doce tenía amistad con Chacarita, Argentinos y San Lorenzo (esta última nacida en una relación incipiente entre Nené, capo de la barra del Ciclón, y el Abuelo, gestada por la gente de Chaca). A fines del 82 Barritta diferenciaba claramente los bandos de amigos y enemigos. Y decidió empezar a cobrarse cuentas para extender, cual emperador, su reinado a todo el fútbol. El primer objetivo era el Negro Thompson, jefe de la barra de Quilmes..."

Aí eu pergunto: qual foi a torcida que veio ao Palestra e estendeu uma faixa que dizia "Nunca hicimos amistads"?

25 comentários:

Anônimo disse...

1.200 pagantes ontem em S.Januário....nobre público.
Casselli

Anônimo disse...

e sobre o jogo de ontem?? nao vai falar nada???? esse blog nao é do palmeiras???

Gabriel Manetta Marquezin disse...

o primeiro texto deveria virar panfleto de porta de estádio...quem não entende o futebol, acha que jogadores e torcedores brigam por coisas do tipo "meu time é melhor que o seu"...qualquer pessoa que entenda o que é o futebol, o que ele representa, as coisas que giram entorno dele, vai entender o porque da violência estar sempre presente...

eu queria que os babacas da Sportv, Noriega, Rizek, Escobar, Carmona...e os escrotos da Globo Leifert, Moré, Laurence... me explicassem as brigas que ocorreram entre 1914 e 1916 nos derbys campineiros...seguem duas descrições:

"O quarto dérbi, em 28 de agosto de 1914, um amistoso realizado no campo do Sousas, trouxe a certeza de que este clássico teria uma rivalidade muito significativa, pois após a vitória do Guarani por 2 a 0, uma briga de grandes proporções tomou as ruas da então pacata cidade de Campinas."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Derby_Campineiro


"21/05/1916 - GUARANI 2 X 0 PONTE PRETA - A primeira confusão em Derbies.
Aconteceu na abertura do returno do Campeonato Campineiro de 1916, na abertura do Campeonato os dois já haviam se encontrado e o Guarani havia vencido por 2 a 0, o segundo jogo aconteceu no Hipódromo no dia 21 de maio, o Guarani vencia por 1 a 0 quando foi marcado um pênalti a favor do Guarani. Dois elementos da Ponte entram no gramado e ordenam a retirada do time. Esse ato, provocou indignação nas arquibancadas; as famílias se retiraram e a confusão começou. Dentro e fora de campo o que se via era tão somente socos, bengaladas, empurrões e umas amostras de armas de fogo..."

http://classicoeclassico.sites.uol.com.br/sp/guaxpon_historias.htm


e aí? qual o argumento para uma briga em 1914/16??? nem existiam bandeiras de bambu naquela época...as famílias estavam presentes... a briga não foi marcada por internet...

o futebol é universo paralelo ao que vivemos, todos os elementos que temos na "vida real", temos no Futebol, amor, ódio, traição, religião, política, extremismo, fanatismo...todos os elementos que geram violência...vejam que a violência está presente no Futebol em qualquer momento de sua história, e em qualquer lugar, seja em um país pobre e subdesenvolvido, ou em um país modelo como Alemanha, Japão e até nos EUA, onde o esporte é pouco popular...


minha mãe ficava indignada com as confusões nos estádios....até que levei ela em um Derby, me lembro bem, era a estreia do Gamarra no Palmeiras e dos argentinos da MSI no SCCP, levamos um vareio, 3 x 1, e mãe que é doente pelo time, foi obrigada pela primeira vez na vida a passar por aquela situação, ver uns 20mil gambás comemoranda cada gol, e nos provocando, certamente essa raiva traz a cabeça tudo o que já se passou na história deste jogo, o peso dele...se as torcidas fossem misturadas como sugerem alguns jornalistas, certamente minha mãe teria partido para cima de algum gambá na comemoração do 3o gol... depois deste jogo minha mãe nunca mais questionou o porquê das brigas em canchas, e nem ficou dando sugestões de como deveriam fazer para evitar tais brigas, ela simplesmente entendeu que a violência sempre vai caminhar ao lado do Futebol, não tem como desvincular, não tem como evitar...

Marcel MV disse...

Mandou bem Gabriel

Rodrigo Barneschi disse...

Boa, Gabriel! Grande relato!
Abraços

Alexandre [SEP] disse...

Quem paga a conta quando na saída do estádio destroem carros e lojas e tudo o mais?

Rafael-DF disse...

Excelente post, como ja falaram ai acima o primeiro trecho é perfeito. Não importa oq façam, enquanto houver paixão e amor a um time sempre vai haver violência pq ngm vai ficar de boa vendo alguem tirar sarro do seu time após um revés (não necessariamente uma derrota).
Barneschi eu tenho uma curiosidade mto grande de saber oq os argentinos e torcedores de outros países sulamericanos sabem e acham das TOs daki, será q vc sabe alguma coisa da opinião deles ?

Anônimo disse...

A Mancha do Imbé nos tempos áureos era mais ou menos assim........."Se ñ tem maconha agente cheira cocaína, se ñ tem cachaça agente bebe gasolina...O Imbé chegou, botou terror"
Casselli

Gabriel Manetta Marquezin disse...

a muito tempo, quando o florminense chegou na final da Libertadores, eles passaram pelo Boca, e quando foram jogar em Buenos Aires, o GE fez essa matéria:

http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Fluminense/0,,MUL580769-9866,00-PELO+MENOS+A+TORCIDA+DO+FLU+O+BOCA+JUNIORS+CONHECE.html

mostra que eles sabem bem o que é a torcida do Framengo...nos reconhecem como grandes incentivadores, mas achar que a torcida do fluminense é uma das melhores do Brasil...aí os caras se queimaram haha

Rodrigo Barneschi disse...

Casselli,

Você era da turma do Jorge do Imbé?

Abraços

Rodrigo Barneschi disse...

Gabriel,

Eu tinha lido essa matéria na época em que ela foi publicada. Dois pontos:

_Não dá pra se tomar a opinião de toda uma hinchada pela palavra de apenas um torcedor. Uma única fonte não vale de nada.

_A matéria toda parece bem direcionada pelo repórter. Coisa de torcedor mesmo, sabe?

Abraços

Anônimo disse...

Barneschi,o Jorge era um Alemão alto que andava com os finados Violencia e o Angelo?

Anônimo disse...

Essa época da MV Imbé o terminal Sto.Amaro era um lugar mais perigoso que Sarajeivo. Vinha os bixas da Joaniza e a Galinhada da Sabará.... Bons tempos!

Casselli

Rodrigo Barneschi disse...

Não era esse.

O Jorge era do Imbé mesmo e chegou a colar por uns tempos com a minha galera, que saía ali do Metrô Ana Rosa (Ipiranga, Cambuci, Aclimação, Vila Mariana, Santa Cruz, Paraíso, até Praça da Árvore). Foi entre 1998 e 2003.

Gabriel Manetta Marquezin disse...

voce mora prox a praça da árvore Barneschi??

Rodrigo Barneschi disse...

Ipiranga. Mas juntava toda a galera no Metrô Ana Rosa.

Anônimo disse...

A antiga Mancha Imbé hj sai da Padaria Fantástica tbm no Capão Redondo, alguns caras da antiga pararam é claro, mas outros surgiram e alguns antigos tbm continuam, e o Jorge continua lá firme e forte comandando a Mancha Z/S.

Esse Alemão alto talvez seja o Cocaia?

Abs

Vitor dos Reis disse...

Opa..esqueci de me identificar..

Vitor MV

Ps:depois de muito tempo sem comentar aqui no blog, mas sempre estou lendo e acompanhando.

Abs

s.e.p trinca disse...

Parabéns Gabriel.

exercito linha de disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
guerrilha independente TTI tipo colombia disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Luigi SEP 1914 disse...

Será que a menininha aí de cima estará na gaiola semana que vem?
Vai dar a bunda, bichinha!
Ela é o espelho da torcidinha mesmo...

Falando sério agora, ninguém vai comentar na tv que o cara que fez o gol deveria ter sido expulso por xingar o bandeira e jogar a bola pra longe antes do gol! Ah se fosse o camisa 30...

Sempre PALMEIRAS!

Anônimo disse...

lembra que eu tinha comentado com voce sobre esse livro? é realmente muito foda, deu até vontade de ler dnovo. ja li uns 3 livros de hools ingleses famosos e nenhum chega aos pés desse. falando, di zeo não só está solto como já voltou a ser sócio do boca e recentemente foi a bombonerita (onde se reune a barra antes dos jogos) com 300 barras. tem um grande capitulo dessa historia acontecendo bem agora...

abraço!
gabriel uchida

Anônimo disse...

Barneschi,

Um livro obrigatório para todos que são de arquibancada.

Aí vai minha pergunta (talvez só o Gabriel do Foto Torcida possa responder): qual site consigo comprar o livro?

Anônimo disse...

ao anonimo de cima

comprei esse livro la na argentina mesmo, mas sei de dois sites que vendem:

http://www.antigonalibros.com.ar/
(ja fui pessoalmente nessa livraria, muito boa)

http://acaestalahinchada.blogspot.com/
troco ideia com o cara do site, é bem gente boa e manda pro brasil

abraço!

gabriel uchida