16 agosto 2011

Febre de bola, o retorno

Em 26.01.2010, este blog trouxe o post "Febre de bola", de modo a homenagear A obra-prima da literatura sobre futebol: "Fever Pitch", do grande Nick Hornby. Durante os quatro meses seguintes, todos os posts - cerca de 75 - vieram acompanhados de um trecho selecionado do livro. Sem entrar em detalhes sobre o momento atual, republico a seguir alguns dos trechos mais relevantes:

Página 135: "Vou ao futebol por um monte de razões, mas não para me divertir, e quando olho em torno num sábado e vejo aqueles rostos tristes e apavorados, vejo que outros sentem a mesma coisa. Para o torcedor apaixonado, o futebol-espetáculo existe da mesma forma que aquelas árvores que tombam no meio da selva: você presume que é algo que acontece, mas não tem como apreciar a coisa"

Página 131: “Mas não foi o futebol que fascinou Jonathan. Foi a violência. Por toda a nossa volta havia gente brigando – no Lado Norte, na Ponta do Relógio, na Arquibancada Inferior Leste, na Superior Oeste. A cada poucos minutos um enorme clarão se abria em algum ponto na intrincada tessitura de cabeças sobre as arquibancadas, enquanto a polícia separava facções em guerra, e meu irmãozinho ficava fora de si de empolgação; virava-se a toda hora para olhar para mim, com o rosto brilhando de alegria incrédula. “Isso é incrível”, dizia sem parar.”

Página 45: "Um dos gols do West Brom foi marcado - por consenso - em clamoroso impedimento, instigando a torcida a invadir o campo, coisa que por sua vez fez com que o estádio do Leeds fosse interditado pelos primeiros jogos da temporada seguinte. "A torcida se rebelou e tem todo o direito de fazer isso", foi a memorável declaração de Barry Davies no programa Partida do Dia naquela noite; bons tempos aqueles em que os comentaristas de tevê encorajavam energicamente os tumultos, em vez de vir com argumentos pomposos em prol da volta do serviço militar obrigatório."

Página 17: "Afinal, o futebol é um ótimo jogo e tudo mais, mas o que diferencia aqueles que se satisfazem com meia dúzia de jogos por temporada - assistindo às grandes partidas e se afastando das peladas, numa postura certamente sensata - daqueles que se sentem obrigados a comparecer a todos? Para que viajar de Londres a Plymouth numa quarta-feira, sacrificando um feriado precioso, para ver um jogo cujo resultado já foi efetivamente decidido na primeira partida em Highbury? E se esta teoria do ato de torcer como terapia estiver perto da verdade, que inferno estará enterrado no subconsciente das pessoas que vão aos jogos da Taça Leyland DAF? Talvez seja melhor nem sabermos."

Página 65: "Quando o nosso time perde em Wembley, pensamos nos colegas de trabalho e de escola que teremos de encarar na manhã de segunda-feira, e no delírio que acaba de nos ser negado; nessa hora parece inconcebível que nos permitamos um dia voltar a ficar tão vulneráveis. Eu sentia que não tinha coragem para ser torcedor de futebol. Como eu podia sequer pensar em passar aquilo novamente? Será que ia passar o resto da vida indo a Wembley a cada três ou quatro anos e acabar me sentindo daquele jeito?

Páginas 199 e 200:"Porque seja qual for a boate, peça ou filme a que você for, seja qual for o concerto que você ouça ou o restaurante onde você coma, a vida estará acontecendo em outros lugares na sua ausência, como sempre acontece; mas quando estou em Highbury vendo jogos como esse, sinto que o resto do mundo parou e está reunido do lado de fora dos portões, esperando para ouvir o placar final."

Página 163: "A namorada que tentara, e não conseguira, me fazer voltar à razão na manhã seguinte à partida com o Villa foi comigo ao jogo com o Watford, na primeira experiência dela com o futebol ao vivo. De certa forma, foi uma introdução ridícula: havia menos de 20 mil pessoas no estádio, e a maioria dos que se encontravam lá havia ido apenas para registrar sua reprovação a tudo o que ocorrera. (Eu pertencia à outra categoria: aqueles que estavam lá porque sempre estavam lá.)"

Páginas 76 e 77: "Os grandes clubes parecem ter se cansado das suas torcidas, e sob certo aspecto quem pode culpá-los? Jovens trabalhadores e homens de classe média baixa trazem consigo problemas complicados e ocasionalmente perturbadores; os diretores e presidentes podem argumentar que eles tiveram sua chance e a desperdiçaram, e que as famílias de classe média - o novo público-alvo - não só irão se comportar bem, como pagar muito mais para fazê-lo.
Esse argumento ignora questões básicas que envolvem responsabilidade, justiça e o papel que os clubes têm ou não a representar nas suas comunidades. Mas mesmo sem essas questões, parece-me haver uma falha fatal nesse raciocínio. O prazer que um estádio de futebol pode proporcionar é, em parte, uma mistura do vicário com o parasítico, porque a não ser que a pessoa poste-se no Lado Norte, no Kop ou na Ponta Stretford, fica dependendo dos outros para que a atmosfera seja criada; e a atmosfera é um dos ingredientes cruciais da experiência futebolística. Essas torcidas imensas são tão vitais para os clubes quanto os jogadores, não só porque seus membros são eloquentes no seu apoio, não só porque fornecem aos clubes grandes somas de dinheiro (embora esses fatores não deixem de ser importantes), mas porque sem as torcidas ninguém se daria ao trabalho de ir ao jogo.
O Arsenal, o Manchester United e todo o resto têm a impressão de que as pessoas pagam para ver Paul Merson e Ryan Giggs, e é claro que elas fazem isso. Mas muita gente - o pessoal das cadeiras que custam vinte libras, e os caras dos camarotes-executivos - também paga para ver a torcida que foi lá ver Paul Merson (ou para escutar a torcida gritar com ele). Quem iria comprar um camarote-executivo se o estádio estivesse cheio de executivos? O clube vendia os camarotes incluindo a atmosfera de graça, de modo que o Lado Norte gerava tanta renda quanto qualquer um dos jogadores. Mas quem irá fazer o barulho agora? Será que a garatoda suburbana de classe média ainda virá com suas mamães e papais se o barulho tiver de ser feito por eles mesmos? Ou será que se sentirão tapeados? Porque a realidade é que os clubes estão lhes vendendo ingressos para um espetáculo no qual a atração principal foi afastada para dar lugar a eles.
Mais uma coisa sobre o tipo de plateia que o futebol resolveu atrair: os clubes vão ter de garantir a qualidade, garantir que não haverá anos de vacas magras, porque o novo público não tolerará fracassos. Essas pessoas não são do tipo que irá ver o time jogar contra o Wimbledon em março, estando em décimo primeiro lugar na Primeira Divisão e fora de todas as disputas de títulos. Por que deveriam ir? Elas têm muitas outras coisas para fazer. Portanto, Arsenal... nada de escritas perdedoras de 17 anos de duração, feito aquela entre 1953 e 1970, certo? Nada de ficar flertando com o rebaixamento, feito em 1975 e 1976, nem nada de meia década sem sequer chegar a uma final, feito a que nós tivemos entre 1981 e 1987. Nós, fregueses de caderno, aturamos tudo isso, e pelo menos 20 mil de nós aparecíamos lá por pior que o time jogasse (e às vezes jogava muito, muito mal mesmo); mas essa turma nova... não tenho tanta certeza assim."

Página 24: "Naqueles estágios iniciais minha relação com o Arsenal era de natureza estritamente pessoal: o time só existia quando eu estava no estádio (não me recordo de ter ficado excepcionalmente acabrunhado pelos resultados ruins fora de casa). No que me dizia respeito, se o time ganhasse os jogos que eu via por 5 a 0 e perdesse o resto por 10 a 0 a temporada seria boa."

Página 237: "Mas novamente trata-se daquele negócio de estar no centro do mundo: depois do jogo fomos para casa sabendo que aquilo que tínhamos visto, ao vivo, fora o momento esportivo mais significativo daquela tarde, um momento que seria debatido por semanas, meses, que chegaria ao noticiário, e sobre o qual todos nos perguntariam no trabalho segunda-feira de manhã. De modo que no final é preciso reconhecer o privilégio que foi estar ali e ver todos aqueles homens adultos bancando os idiotas na frente de 35 mil pessoas; eu não teria perdido aquilo por nada desse mundo."

Páginas 212 e 213: "Familiares e amigos sabem, após longos anos de experiência frustrante, que a tabela de compromissos sempre tem a última palavra em qualquer combinação; compreendem, ou pelo menos aceitam, que batizados, casamentos ou reuniões de qualquer tipo, que em outras famílias teriam precedência inquestionável, só podem ser marcados após consulta prévia. De modo que o futebol é considerado uma certa deficiência que tem de ser levada em conta. Se eu vivesse numa cadeira de rodas, ninguém do meu círculo íntimo organizaria nada num apartamento de cobertura; portanto, por que alguém planejaria algo para as tardes de sábado no inverno?
(...)
De modo que já houve convites de casamento que eu tive - com relutância, mas de forma inevitável - de recusar, embora sempre tomando o cuidado de providenciar uma desculpa socialmente aceitável que envolvesse problemas familiares ou dificuldades no trabalho; pois "Jogo em casa contra o Sheffield United" é considerada uma explicação inadequada em situações como essas.
(...)
E além disso há as imprevisíveis decisões de taça, as partidas remarcadas no meio da semana e os jogos transferidos de sábado para domingo em cima da hora a fim de se adequarem aos horários das televisões, de modo que tenho que recusar convites que conflitem com compromissos em potencial, bem como aqueles que conflitem com compromissos reais."


Páginas 186 e 187: “Uma coisa que tenho certeza acerca do ato de torcer é o seguinte: não se trata de um prazer vicário, apesar de todas as aparências indicarem o contrário, e quem diz que prefere jogar a assistir não percebe o principal. O futebol é um contexto no qual assistir se torna jogar – não no sentido aeróbico, porque assistir a um jogo até não poder mais, beber no final e comer batata frita a caminho de casa são coisas que provavelmente não lhe farão muito bem na receita de Jane Fonda, da mesma maneira que ofegar para cima e para baixo num gramado supostamente faz. Mas quando há alguma espécie de triunfo, o prazer não é irradiado dos jogadores para fora até nos atingir no fundo da arquibancada em forma pálida e reduzida; nosso prazer não é uma versão aguada do prazer do time, embora sejam eles que marquem os gols e subam os degraus de Wembley para cumprimentar a princesa Diana. A felicidade que demonstramos em ocasiões como essa não é uma celebração de boa sorte dos outros, mas da nossa própria; e quando ocorre uma derrota desastrosa, a tristeza que nos engolfa é, na realidade, autopiedade, e quem quiser compreender como o futebol é encarado tem de perceber isso acima de tudo. Os jogadores são meros representantes nossos, escolhidos pelo técnico em vez de eleito por nós, mas ainda assim representantes nossos; e às vezes, se você olhar com atenção, conseguirá até ver as varetas que os unem e as maçanetas laterais que nos permitem movimentá-los. Eu faço parte do clube, assim como o clube faz parte de mim; e digo isso com plena consciência de que o clube me explora, desconsidera minhas opiniões e me trata mal em várias ocasiões, de modo que meu sentimento de ligação orgânica não se baseia numa compreensão equivocada, confusa e sentimental dos mecanismos do futebol profissional. Essa vitória em Wembley pertenceu a mim tão completamente quanto pertenceu a Charlie Nicholas ou a George Graham (será que Nicholas, que foi dispensado por Graham logo no início da temporada seguinte, e depois vendido, recorda aquela tarde com tanto carinho?), e me esforcei por ela tanto quanto eles. A única diferença entre mim e eles é que eu já investi mais horas, mais anos, mais décadas do que eles, de modo que compreendi melhor aquela tarde e tive uma percepção mais agradável de por que o sol ainda brilha quando lembro dela.”

Páginas 69 e 70: "Aprendi certas coisas com o futebol. Muito do meu conhecimento de lugares na Grã-Bretanha e na Europa não vem da escola, mas de jogos fora de casa e das páginas de esportes, e o hooliganismo me deu ao mesmo tempo gosto pela sociologia e um certo grau de experiência com pesquisa prática. Aprendi o valor de investir tempo e dinheiro em coisas que eu não posso controlar, e de pertencer a uma comunidade com cujas aspirações me identifico de forma completa e acrítica."

Página 26: "Pela primeira vez, de repente, tomei consciência de todos os torcedores do Swindon sentados ao nosso redor com aqueles sotaques horrorosos do oeste, aquela alegria inocentemente absurda, aquela incredulidade delirante. Eu nunca cruzara com torcedores adversários antes, e senti um asco deles que nunca sentira por estranhos."

Página 44: "... e contentando-me em vez disso com um sorriso beatífico que era compreendido tanto pelos professores quanto pelos garotos. Para eles eu era o Arsenal e tinha direito àquele beatitude triunfal.
Mas eu, na verdade, não achava isso. Fizera por merecer aquele sofrimento todo contra o Swindon, mas não contribuíra para o triunfo da Dobradinha da mesma forma, a não ser que você contasse como contribuição cerca de uma dúzia de jogos da Liga, um paletó de escola soterrado por escudos de lapela e um quarto coberto por fotografias de revistas. Os outros, aqueles que haviam conseguido ingressos para a final e ficado cinco horas na fila em Tottenham, tinham mais a dizer sobre a Dobradinha do que eu."


Página 115: "Mas aí Alan Sunderland meteu o pé na bola e enfiou-a lá dentro, bem dentro daquele gol ali na nossa frente, e me vi gritando - não "Sim", "Gol" ou qualquer dos outros barulhos que como de costume vêm à minha garganta nessas horas - mas só um barulho, "AAAARRRRGGGGHHHH", um barulho nascido de felicidade absoluta e descrença atônita, e subitamente havia pessoas naquelas arquibancadas de concreto de novo, mas elas estavam olhando uma por cima das outras, ensandecidas e com os olhos esbugalhados. Brian, o garoto americano, olhou para mim, sorriu polidamente e tentou encontrar as próprias mãos naquele caos ali embaixo, a fim de erguê-las e aplaudir com entusiasmo que desconfiei que ele não estava sentindo.
Atravessei os exames finais flutuando, como se tivesse sido anestesiado com uma droga benigna e indutora à idiotice. Alguns dos meus colegas de estudo, doentes de insônia e apreensão, ficaram perplexos com o meu humor; outros, os torcedores de futebol, compreenderam e ficaram com inveja."

Páginas 107 e 109: "Meus companheiros naquela tarde eram sujeitos de meia-idade já trintões e quarentões, afáveis e de boa índole, que simplesmente não tinham a menor concepção da importância daquela tarde para o restante de nós. Para eles aquilo era um dia de folga, uma coisa divertida para se fazer numa tarde de sábado; se alguma vez eu os reencontrasse, acho que não conseguiriam se lembrar do placar do jogo, nem de quem marcou o gol (passaram o intervalo falando de futricas no trabalho), e de certo modo, fiquei com inveja daquela indiferença.
(...)
... para eles, aquilo era realmente apenas um jogo, e provavelmente me fez até bem passar um tempo com gente que se comportava, em tudo e por tudo, como se o futebol fosse um espetáculo divertido feito o rúgbi, o golfe ou o críquete. É claro que não é nada disso, mas foi interessante e instrutivo passar pelo menos uma tarde com gente que acreditava que fosse."


Páginas 110 e 111: "Sei que sou particularmente idiota quanto a rituais, e sempre fui assim, desde que comecei a ir a partidas de futebol, mas também sei que não estou sozinho nisso. Lembro que quando mais novo tinha de levar a Highbury um pedaço de massinha de modelar, de adesivo ou de outra besteira qualquer, que eu ficava puxando e repuxando nervosamente a tarde toda (eu já era um fumante antes de ter idade suficiente para fumar); lembro também que tinha de comprar o programa no mesmo vendedor de programas, e que tinha de entrar no estádio pela mesma catraca.
(...)
Investimos horas a cada dia, meses a cada ano, anos a cada vida em algo sobre o qual não temos controle algum; é de espantar, então, que fiquemos reduzidos a liturgias engenhosas - porém bizarras - criadas para nos dar a ilusão de que somos poderosos apesar de tudo, tal como fazem todas as outras comunidades primitivas quando deparam com um mistério profundo e aparentemente impenetrável."


Página 153: "Desde que conheci Pete em 1984, perdi menos de meia dúzia de jogos do Arsenal em sete anos (quatro naquele primeiro ano, todos ligados ao caos contínuo da minha vida pessoal, e nenhum em quatro temporadas), e compareci a mais jogos fora do que jamais fizera antes. E embora existam torcedores que não perdem um só jogo há décadas, seja em casa ou fora, eu teria ficado atônito com a minha atual ficha de comparecimento se tivesse tomado conhecimento dela em, digamos, 1975, quando fiquei adulto por alguns meses e parei de ir, ou até em 1983, quando meu relacionamento com o clube era polido e cordial, mas distante. Pete me empurrou da borda do abismo, e às vezes não sei se devo agradecer-lhe por isso ou não."

Página 214: "O que imagino que aconteceria comigo se eu não fosse a Higubury certa noite e perdesse um jogo que talvez fosse crucial no resultado final da disputa do campeonato, mas que dificilmente prometeria um espetáculo imperdível? A resposta, acho eu, é esta: tenho medo de no jogo seguinte, o que vier depois do que eu perder, não conseguir entender alguma coisa que esteja acontecendo, como um refrão qualquer ou a antipatia do público para com um dos jogadores; pois assim o lugar que eu mais conheço no mundo, o único local fora da minha própria casa onde sinto que me encaixo absoluta e inquestionavelmente, terá se tornado alienígena para mim. Perdi o jogo contra o Coventry em 1989, mas estava no exterior na época. E embora a primeira dessas ausências tenha parecido estranha, o fato de estar a várias centenas de quilômetros do estádio aliviou o pânico e tornou-o tolerável; a única vez que já estivera em outro bairro de Londres enquanto o Arsenal jogava em casa (eu estava na fila dos ingressos para o Skytrain de Freddie Laker em Victoria quando derrotamos o QPR por 5 a 1 em setembro de 1978, e minha lembrança tanto do placar quanto do adversário é bastante significativa), senti um nervosismo desconfortável."

Páginas 73, 74 e 75: “A posição que eu escolhera – bem no centro, nos degraus do meio – indicava tanto uma certa empolgação (na maioria dos estádios o barulho começa no centro da arquibancada de casa e se irradia para fora; as laterais e as cadeiras só entram no coro nos momentos de grande entusiasmo) quanto um certo grau de cautela (no centro e lá embaixo não era lugar para um estreante temeroso).(...)
O momento em que atravessei a catraca do Lado Norte é o único que recordo de ter conscientemente agarrado um touro pelos chifres. Meu único rito de passagem, portanto, significou ficar em pé num pedaço de concreto, e não em outro; mas o fato de ter me obrigado a fazer algo que eu só queria fazer pela metade, e de tudo dar certo... foi algo importante para mim.
(...)Adorei aquilo lá, é claro. Adorei as diversas categorias de barulho: o barulho ritualístico e formal quando os jogadores entraram em campo (com os nomes dos jogadores entoados um de cada vez, começando pelo favorito, até ele acenar em resposta); o clamor amorfo e espontâneo quando algo empolgante acontecia em campo; o vigor renovado do refrão após um gol ou um período prolongado de ataque. (E até ali, entre homens mais jovens e menos alienados, ouviam-se aqueles resmungos futebolísticos quando as coisas estavam indo mal.) Depois do pânico inicial, comecei a amar aquela movimentação, o jeito com que eu era lançado em direção ao campo e depois sugado para trás novamente. E adorei o anonimato: eu não seria, afinal, denunciado. Passei os 17 anos seguintes lá.”


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Querem saber de uma coisa? Nick Hornby não deve estar gostando nada do que está acontecendo...

15 comentários:

Luiz disse...

Muito bom!

Luan Palestrino disse...

GRANDE BARNESCHI! TEM RAZÃO QUEM TE CHAMA DE MAJOR, MAS NESSA GUERRA QUE ESTAMOS TRAVANDO CONTRA O FUTEBOL MODERNO VOCÊ É NOSSO GENERAL! E NÃO É SOMENTE NICK HORNBY QUE NÃO GOSTARIA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO, E SIM MUITOS OUTROS TORCEDORES DE VERDADE QUE JÁ SENTIRAM O VERDADAEIRO FUTEBOL DO CIMENTO SAGRADO DA ARQUIBANCADA!

ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO! PAU NO CU DOS TORCEDORES MODINHAS QUE NUNCA PISARAM NA ARQUIBANCADA!

AVANTI PALESTRA! FINO ALLA MORTE!

Gabriel Manetta Marquezin disse...

poxa, não vou poder ler este post, pois estou lendo esse livro...

pela primeira vez o fato de eu gostar do livro me faz demorar para lê-lo...

não sei como explicar, mas é como se eu tivesse "dó" de terminar...

leio sempre três jogos por vez, algumas passagens no início do livro me emocionaram, tinha que ler com moderação...

esse livro é como uma bíblia, quando eu terminar de ler vou mantê-lo na mesa da sala...sempre terá uma passagem que eu queira reler....


o filme original, não quele adaptado ao baseball, é muito bom também! consegui baixar da internet, nao achei para comprar em lugar nenhum...

segue o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=GMr2daGzvnk

a primeira cena deste trailer é de arrepiar..."essa fase nunca passará"...sem mais...

Gabriel Manetta Marquezin disse...

achei o trecho que citei na íntegra, em italiano...ficou até mais romântico...

http://www.youtube.com/watch?v=R-5GUNQz7Hg

não tem como não se emocionar, não tem como não se identificar...

Anônimo disse...

isso deve te interessar:
http://m.guardian.co.uk/sport/david-conn-inside-sport-blog/2011/aug/16/premier-league-football-ticket-prices?cat=sport&type=article

Felipe

Lucas disse...

Desculpe a pergunta, mas existe esse livro traduzido?

Gabriel Manetta Marquezin disse...

sim! comprei no Submarino, mas fica esperto porque eu estava a muito tempo atrás desse livro e não achava...

Anônimo disse...

Aos defensores do futebol moderno e do fair play....LEIAM ESTE POST DO FORZA PALESTRA.

ISSO É FUTEBOL, SEUS FILHOS DA PUTA!!

FabioTremems disse...

O lucas, compra lá e depois empresta pra mim... rs

Luigi SEP 1914 disse...

Já procurei também e nunca achei...
Rodrigo, vc poderia me emprestar mais uma vez, né? Rs...
E o esquema de domingo que vem, tá sabendo de algo?
Abraço...

vitor disse...

dpois eu leio esse post, agora to vendo a final da supercopa da espanha, barça x real.

abs.

Anônimo disse...

a livraria cultura do conjunto nacional na avenida paulista vende este livro por 20 reais, mas é a versão em ingles.

a versão em portugues está esgotada mas dá pra achar no site estantevirtual. porém, é MUITO mais caro

gabriel uchida

Anônimo disse...

@batista_mv

simplesmente épico, é issu q esse post foi...vou correr atras desse livro pois tenho q ler...issu sim é futebol...

Bem q vc podia ser presidente da MV ne Barneschi, iria colocar uma mentalidade muito legal na torCIDA

Anônimo disse...

Pessoal, a edição do Febre de Bola em português continua disponível no site da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br).

Abraços.

Navez.

Vitor dos Reis disse...

http://www.americanas.com.br/produto/249414/livros/literaturaestrangeira/romances/livro-febre-de-bola

Galera acabei de comprar o meu, R$ 27,90 na Americanas!!