29 abril 2011

1º de maio

É domingo! É às 16h! É 1º de maio! 

Então me lembro de um jogo tão importante quanto este de domingo. 1º de maio de 1994. Palmeiras 3-2 SPFC. Pontos corridos. Foi ali, na tarde daquele domingo, que ganhamos o título paulista daquele ano. Não matematicamente, é bem verdade, mas foi ali. 

O vídeo abaixo traz um bom compacto daquela tarde inesquecível.

   

Silêncio até domingo! O clássico pede concentração total e absoluta! 

À cancha municipal, senhores! A luta nos aguarda!

 *** 

O Ademir foi buscar uma informação interessante lá na Porcopedia: o Palmeiras jogou 30 vezes no dia 1º de maio, com 21 vitórias, 6 empates e 3 derrotas. Campanha impressionante! Sei que não diz absolutamente nada, mas fica aí como curiosidade.

27 abril 2011

PCO, de novo ele!

Árbitros de futebol. Vocês bem sabem o que penso deles.

Poderia fazer uma lista rápida sobre os juízes que mais prejudicaram o Palmeiras, ela certamente seria encabeçada pelo senhor que atende pelo nome de Paulo César de Oliveira. Ele responde por alguns dos erros mais absurdos já cometidos contra a Sociedade Esportiva Palmeiras (gol de mão do Adriano, expulsão de São Marcos, eliminação do Rio-SP de 1998 com expulsão do Zinho, gol em impedimento grotesco do Prudente, expulsão de 3 jogadores nossos em um jogo contra o Rio Branco em 1997 etc.). São 14 anos de desserviços prestados, e eis que agora, de forma inaceitável, a FPF define que será ele a apitar no clássico decisivo do próximo domingo.

É uma afronta contra o Palmeiras!

Se houvesse um Eurico Miranda do nosso lado, este sujeito jamais voltaria a apitar um jogo do Palmeiras. Deixo agora os senhores leitores com dois entre os muitos posts que eu já escrevi contra o cidadão que apita no domingo:

22.01.2010: O especialista

15.04.2001: Da primeira à última

Preparemo-nos, palestrinos! Teremos de jogar contra o SCCP e contra o árbitro! E o veto que foi apresentado tantas vezes, como fica?

Com o prejuízo consumado, devemos ao menos deixar claro que assaltos descarados não serão mais tolerados (e isso já deveria ter sido feito antes por quem de direito). Cabe uma postura bastante enérgica de nossa diretoria, porque já chega de roubos em partidas decisivas. E aí, Tirone, quem vai se encarregar disso? Você vai permitir mais um roubo contra a gente?

***

O fato trazido à tona pelo JT torna a situação ainda mais grave. Deixo-os aqui com o link do Verdazzo sobre o assunto.

26 abril 2011

O país do futebol? (13)

Peço desculpas aos leitores do blog, mas esta edição será diferente. Nada de vídeos desta vez; o que temos agora é uma resposta direta ao questionamento desta série. Por mais que tenha sido sempre uma pergunta retórica, eis que agora um certo sujeito resolveu se pronunciar sobre o caso:



A matéria completa está aqui.

Este completo alienado, tido por tantos imbecis como uma figura simpática e engraçada, é um inimigo do torcedor de futebol. Fica difícil descrever aqui o meu ódio por este cidadão que trata o futebol como entretenimento.

***

Os vídeos voltam na próxima semana. Eu não poderia me calar diante da declaração deste sujeito.

25 abril 2011

É Pacaembu! (mas com moderação)

Apenas para dizer que o torcedor foi respeitado e teremos o clássico da cidade disputado no estádio da cidade. Era a única decisão aceitável. Sei que minha opinião é polêmica, mas entendo ser lamentável a decisão de conceder apenas 5% de ingressos para a torcida do SCCP, uma vez que havia um acordo vigente entre as duas diretorias e mais ainda porque este é o único clássico paulista que permanecia com a identidade de sempre, com duas torcidas frente a frente. Estão acabando com isso também, e por muito pouco - apenas para satisfazer as exigências pilantras de um promotor safado e para fazer cumprir circunstâncias e vantagens que valem muito pouco diante da nossa história, da nossa dignidade e da palavra empenhada.

24 abril 2011

Felipão, 1-0 e 2-1

Nada como um bom mata-mata! E nada como ter Felipão do nosso lado em um mata-mata! Os idiotas da "justiça dos pontos corridos", isolados em seus sofás ou em seus confortáveis estúdios, jamais saberão o que representa viver no estádio uma partida decisiva como estas duas últimas que vivemos nos últimos quatro dias. Que enfiem os pontos corridos onde for mais conveniente, canalhas! 

Vou poupá-los de comentários sobre as vitórias contra Santo André e Mirassol, até porque pouco teria a acrescentar ao que os senhores puderam ver. Ressalto apenas os dois placares: 1-0, a contagem mais bonita que pode existir (depois do 0-1), e 2-1, o preferido de Felipão (já escrevi sobre isso aqui). O sufoco se fez presente na medida exata para nos lembrar que estamos em um mata-mata, e eis então que seguimos em frente. Porque sim, aqui é Palmeiras! 

O mais importante vem agora: 

 

Chega de Presidente Prudente! Que não venha agora a nossa diretoria cometer uma vez mais um crime contra o seu torcedor! Que não ressuscitem esta cidade devidamente varrida do mapa do futebol com o rebaixamento em dose dupla da aberração itinerante! Que nós, que aturamos toda esta longa primeira fase do Paulistão, não sejamos obrigados novamente a gastar uma fortuna e encarar um dia inteiro de estrada para ver um clássico que pertence à capital paulista! Que Tirone, Frizzo e os demais responsáveis (?) tenham a decência e a hombridade de respeitar o torcedor palmeirense, a instituição Sociedade Esportiva Palmeiras e o clássico Palmeiras x Corinthians! Que a porra da FPF não invente merda! Que os cretinos da PM se limitem a fazer o trabalho para o qual são pagos! Que jogadores que desconhecem a nossa história não emitam opiniões sem sentido! E que Presidente Prudente seja devidamente esquecida! 

Tem que ser na cancha municipal! Tem que ser na capital paulista!

*** 

A.C.A.B. 

 

Esta é rápida. Só pra dizer que me sinto aliviado por saber que o dinheiro do meu imposto está sendo revertido para pagar o salário dos bravos, destemidos e valorosos homens do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar. Porque eles conseguem me surpreender a cada jogo. 

*** 

Comercial, Guarani e XV de Piracicaba: sejam bem-vindos de volta à elite três legítimos representantes do futebol do interior paulista!

20 abril 2011

Aqui é Palmeiras?

Quinta-feira, Palmeiras x Santo André, Pacaembu. Casa cheia. Decisão de vaga. Vitória no jogo de ida, fora. Basta o empate ou até uma derrota por 0 a 1. 

Domingo, Palmeiras x Mirassol, Pacaembu. Casa cheia. Decisão de vaga. Jogo único. Adversário pequeno, quase insignificante. 

Os cenários acima permitem ao palmeirense relembrar cada uma das derrotas absurdas, improváveis e inexplicáveis dentro de casa e em jogos eliminatórias desde o início da última década. As decisões contra Santo André e Mirassol acontecem diante da nossa torcida, com a casa cheia, e contra adversários insignificantes. Foi exatamente assim, nas mesmas circunstâncias, que fracassamos de maneira vexatória contra ASA, Santo André, Ipatinga, São Caetano, Paulista, Sport, Vitória, Atlético/GO, Goiás etc. 

Fica o alerta. 

Mas, acima disso, fica a convicção de que o Palmeiras pode e deve acabar de uma vez com essa palhaçada recente, atropelar os pequenos e seguir em frente. Nada de interrogação; o que deve ficar depois deste feriado prolongado é o bom e velho “Aqui é Palmeiras!”. 

*** 

Viajo amanhã depois do jogo contra o Santo André e volto no domingo cedo para a partida contra o Mirassol. Portanto, nada de post depois da decisão da Copa do Brasil; fica tudo para a segunda-feira, espero que já com as duas vagas garantidas. Vamos à cancha municipal! Amanhã às 14h e domingo às 17h!

19 abril 2011

Geração Winning Eleven (2)



2011, 16 de abril. Em Madrid, jogaram Real Madrid e Barcelona. Empataram. O Barcelona foi a 85 pontos e deixou o rival com 77. Pouco importa; o Campeonato Espanhol é disputado só por esses dois times. O terceiro colocado tem apenas 63 pontos. O quinto colocado soma míseros 48 - são 37 de diferença do líder para o primeiro fora da zona da Uefa Champions League. Tirando os dois maiores, nenhum outro pode sequer sonhar com o título.

2011, 16 de abril. Na mítica Avellaneda, o Racing bateu o Independiente no clássico local. 2 a 0. Rivalidade, ódio pulsante, um tabu que chegou ao fim. Não existe nada igual ao espetáculo proporcionado por duas hinchadas argentinas, a do Racing em especial. Do líder ao 10º lugar, a diferença é de apenas quatro pontos. Muitos são os times que podem chegar ao título.

Para a maldita Geração Winning Eleven, só o primeiro jogo existiu. A molecada que infesta nossas cidades com camisas do Chelsea, do Barcelona e do Manchester parece desconhecer o clássico de Avellaneda. Presos ao videogame e sem saber o que é jogar futebol na rua, por entre carros e pedestres que atravessam o campo na hora errada, eles talvez nem saibam da existência de instituições tão grandes quanto Racing e Independiente.

A disparidade no Espanhol é também culpa deles, responsáveis que são por sustentar a bajulação midiática em torno desses clubes que vivem mais de marketing do que de futebol. A culpa é também da imprensa esportiva, a cada dia mais envolvida neste esquema sórdido que considera o torcedor mero instrumento de sustentação para uma lógica comercial ou, no caso dos resistentes, marginais.

O marketing quer ocupar todos os espaços. Até mesmo o clássico de Avellaneda. No último sábado, durante o intervalo de Racing 2-0 Independiente, meia dúzia de fulanos percorreu todo o gramado do Cilindro carregando cartazes que anunciavam a transmissão pela Directv do tal clássico espanhol para aquele mesmo dia. Inexplicável. E inócuo também. Quem foi ao Cilindro vive o futebol com alma. Ninguém se importava com o duelo espanhol.

Nada de estrelas midiáticas, técnico estrela, guerra de patrocinadores ou milhões em jogo. Só o que importava era o clássico. Rivalidade, ódio, histórias centenárias, hinchadas apaixonadas. Porque o futebol vive na Argentina.

Todo o meu desprezo pela Geração Winning Eleven e suas camisas de clubes que venderam sua alma.

***

*Isso tudo, senhores, me leva a crer que é mais do que necessário dar início a uma outra série no blog: Geração Winning Eleven. Este foi o capítulo 2. Vem mais por aí.

**O post de Racing 2-0 Independiente ficará para um momento oportuno, assim que houver tempo suficiente para levantar as melhores fotos e subir todos os vídeos.

18 abril 2011

O país do futebol? (12)

Vitor Birer (favor não confundir com Vitor Birner) é amigo deste blogueiro, palestrino, caipira de São José do Rio Preto e, mais recentemente, tornou-se figura facilmente reconhecível graças à sua longa e questionável barba. Faço questão de abrir o post com uma referência assim direta porque o sujeito tem sido grande colaborador da série “O país do futebol?”. Conhecedor do futebol europeu e com tempo de sobra, ele deu algumas das melhores contribuições para que os vídeos sejam cada vez mais rebuscados. E é assim que teremos desta vez, com todos os créditos para ele, torcidas do Egito e da Bósnia e Herzegovina (é um país só, ok?). Começando pelo continente africano.

Vídeo 1: O Zamalek é um dos dois maiores clubes do Egito - o outro é o Al Ahly. O que temos agora é um compilado de imagens da torcida do Zamalek, sempre no Cairo International Stadium, inaugurado em 1956 e totalmente remodelado (é a porra do Padrão Fifa) nos anos 2000, para sediar a Copa Africana de Nações de 2006.

Vídeo 2: Para entrar no clima do maior clássico do continente africano, Zamalek x Al Ahly. Abaixo, os Ultras White Knights, do Zamalek.

Vídeo 3: O outro lado do dérbi: a torcida do Al Ahly.

Vídeo 4: Mais um pouco dos ultras do Al Ahly. Não foi tão fácil conseguir vídeos com boa resolução lá do Egito. Os primeiros dois minutos são chatos, mas vale seguir adiante, porque o resto compensa.

Vídeo 5: Vamos direto a Sarajevo, a capital da Bósnia. Espetáculo belíssimo da torcida do FK Sarajevo, em duelo contra o Cluj, da Romênia, pela Europa League.

Vídeo 6: Outro time de Sarajevo, o Željezničar. Fui pesquisar e vi que, se fosse no Brasil, este clube se chamaria Ferroviário, em referência à origem de seus fundadores. Abaixo, imagens da torcida contra o FK Sarajevo.

Vídeo 7: Mais um do Željezničar.

***

Cheguei de Buenos Aires na madrugada de hoje, e volto com a bagagem futebolística repleta depois de um inigualável Racing 2-0 Independiente. Acabou o tabu, La Guardia Imperial deu uma aula para toda e qualquer hinchada pelo mundo e a edição anterior desta série passa a fazer ainda mais sentido. Como o tempo é ainda mais curto que a semana que se inicia hoje, publico agora este post - que já estava pronto - e deixo para depois análises sobre os jogos decisivos desta semana. O post sobre o clássico de Avellaneda deve esperar mais alguns dias.

14 abril 2011

#700

O tempo é curto. O post também será. Só para que se registre aqui a marca de 700 jogos deste blogueiro, alcançada ontem em Santo André. Considerando a média de 50 a 60 jogos por ano, o milésimo virá muito em breve. Mais importante, no entanto, é destacar a boa vitória alcançada ontem no ABC. Parece impossível perder a vaga, mas o Palmeiras é pródigo na arte das derrotas improváveis e absurdas, de tal forma que eu me permito esperar pelo desfecho da série na próxima quinta-feira.

Observações rápidas:

1. O Bruno José Daniel fica pior a cada visita. A última tinha sido em 2009, mas os caras conseguiram deixar o estádio tão abandonado que até o setor do mandante foi interditado. É um relaxo só...

2. Por mais que estacionar lá nas imediações seja ainda uma complicação, cabe ressaltar o fato de termos ainda barraquinhas de pernil/calabresa nas ruas próximas. Saudades dos bons tempos...

3. E os bravos e valorosos homens do 2º BP Choque? Que belo trabalho fizeram, não? Conseguiram se fazer notar até mesmo dentro de campo... Deixo aqui uma mensagem para eles: A.C.A.B.

Sigo amanhã para Buenos Aires. Sábado tem o Clássico de Avellaneda. Tive de sacrificar a ida ao Moisés Lucarelli, mas logo mais teremos novas e mais importantes decisões.

Pra cima, Palestra!

12 abril 2011

O país do futebol? (11)

Um capítulo todo dedicado ao grande Racing Club de Avellaneda, 108 anos de uma história como poucas outras no mundo do futebol. Poderia aqui investir muito tempo contando alguns dos capítulos que fazem o Racing ser o que é, mas não é este o objetivo do post (e da série à qual ele pertence). Recomendo aos interessados que confiram algumas boas versões da história de La Academia aqui e em qualquer outra fonte (oficial ou não). Os vídeos abaixo procuram retratar o amor desta hinchada pelo clube. Estão presentes também, com destaque, dois episódios marcantes da história recente do Racing.

Vídeo 1: "De pendejo te sigo" é a melhor e mais conhecida música de La Guardia Imperial, a barra do Racing. Repleta de referências históricas, é um caso raro de música entoada na Argentina por uma única hinchada, sem qualquer possibilidade de ser copiada por outra. O vídeo abaixo é provavelmente o melhor entre os muitos que podem ser encontrados no YouTube. A história é a seguinte: Independiente e Racing tiveram de fazer o clássico não em Avellaneda, cidade dos dois clubes, mas sim na cancha do Huracán, em Buenos Aires. Motivo? O Independiente não conseguiu concluir a tempo a reforma no seu estádio. Em alusão ao fato, a hinchada rival seguiu para o estádio com os capacetes que podem ser vistos abaixo. Detalhe importante: o Racing perdeu o duelo por 2 a 0, e um dos gols acontece nos segundos finais deste vídeo; nem assim os caras deixam de cantar.


A letra:

"De pendejo te sigo
junto a Racing siempre a todos lados
nos bancamos una quiebra
el descenso y fuimos alquilados
No me olvido ese día
que una vieja chiflada decía
Que Racing no existía que tenía que ser liquidado
Si llenamos nuestra cancha y no jugamos
Defendimos del remate nuestra sede
Si la nuestra es una hinchada diferente
No es amarga como la de Independiente
Los bosteros, San Lorenzo
y las gallinas nunca llenaron
dos canchas el mismo día
Y a vos Independiente yo te digo
Vos sos amargo y pecho frío
Vos sos amargo y tiratiros"

Traduzindo:

Desde moleque te sigo
Junto com Racing sempre a todos os lados
Bancamos uma falência, um rebaixamento e fomos arrendados
Não esqueço do dia
Em que uma velha louca dizia
Que o Racing não existia,
Que teria que ser vendido
Sim, enchemos nosso estádio e não jogamos
Defendemos a nossa sede de ser tomada
Sim, a nossa é uma torcida diferente,
Não é amarga como a do Independiente,
Os bosteros, San Lorenzo e as gallinas
Nunca encheram 2 canchas no mesmo dia,
E a vocês, Independiente, eu digo:
Vocês são amargos e sem alma
Vocês são amargos e só se garantem armados..."

*Versão livre e com algumas adaptações que eu me permito fazer de acordo com o espírito do blog. A essência foi preservada. Importante: bosteros são os torcedores do Boca; gallinas, os do River.

Vídeo 2: Este breve documentário faz uma bela reconstituição histórica de dois momentos lembrados na música anterior: a torcida impedindo a falência do clube, em 1999, e os dois estádios cheios para comemorar o título de 2001, depois de uma fila de 35 anos. Há algumas imagens emblemáticas: a "velha louca" que decretou a falência do clube, o dirigente levando um instrumento de percussão na cara, a hinchada impedindo o leilão da sede, a caravana até Rosario, a caminhada rumo ao título de 2001, a vibração de dois estádios...


Vídeo 3: O tabu de 35 anos foi quebrado em 2001 em um empate com o Vélez no José Amalfitani. A hinchada do Racing tomou conta de El Fortín, a casa do rival. Os torcedores que não puderam seguir para Liniers foram ao Cilindro, lá em Avellenada mesmo. "Los bosteros, San Lorenzo y las gallinas nunca llenaron dos canchas el mismo día". O vídeo abaixo mistura imagens dos dois estádios:


Vídeo 4: Em setembro/2010, escrevi uma matéria na revista Placar relatando um final de semana com cinco jogos em Buenos Aires. O ponto alto, como dito em entrevista para a Rádio Bandeirantes, foi exatamente a noite de sábado à noite, Racing 1-0 All Boys no Cilindro de Avellaneda. Primeira rodada do Apertura, estádio lotado, o retorno do All Boys à elite depois de 30 anos... e a estreia da maior bandeira já feita por La Guardia Imperial. Confiram aqui:


Vídeo 5: Ainda sobre esta noite de sábado, um vídeo amador que mostra mais um pouco de tudo o que se viu no Cilindro:

Vídeo 6: La Guardia Imperial em evidência neste vídeo aqui. Do mesmo Racing 1-0 All Boys.


Vídeo 7: A hinchada recebe o time de maneira espetacular antes de um clássico contra os amargos. Indescritível:


Vídeo 8: A mesma recepção, mas por outro ângulo:


Vídeo 9: Mais um recebimento histórico:


Vídeo 10: Banderazo: eis aí algo bastante comum entre as barras. Consiste em reunir grande número de torcedores em frente ao hotel em que o time está hospedado para manifestar apoio no dia anterior a uma partida decisiva. Se fosse aqui no Brasil, tal iniciativa seria proibida pelos bravos e valorosos homens do 2º BP Choque. Lá na Argentina, acontece isso aqui:


Vídeo 11: O que temos aqui é um ensaio de La Guardia Imperial para outra das grandes músicas de incentivo ao Racing. Resolvi colocar aqui porque me lembra muito daqueles anos em que a Mancha fazia o mesmo no Palestra: a diretoria ficava abaixo da arquibancada, ensaiando os gritos, e só subia para a arquibancada minutos antes da partida. Acabaram com tudo isso por aqui...

Vídeo 12: Agora é pra valer. A mesma música, na cancha:


Vídeo 13: Um compilado de várias músicas de La Guardia Imperial, todas cantadas em um mesmo jogo, contra o San Lorenzo, no Nuevo Gasometro:


Vídeo 14: Mais um pouco de "De pendejo te sigo". Não dava para terminar sem uma repetição, desta vez por um ângulo diferente:


***

Em breve, mais vídeos do Racing e do futebol argentino. Volto para Buenos Aires agora no próximo final de semana. Tem Racing-Independiente, o clássico de Avellaneda, no próximo sábado.

11 abril 2011

Até nunca mais!

O Grêmio Itinerante Prudente de Barueri está rebaixado. Para mim, foi uma honra especial participar do jogo que definiu matematicamente a exclusão desta aberração. Coube ao Palmeiras mandar para a divisão inferior este clube (?) que simboliza muito deste maldito futebol moderno. E sim, os muitos adjetivos são necessários: estamos livres do time itinerante e também da cidade de Presidente Prudente. Que a aberração sem casa e sem alma não volte nunca mais ao convívio dos grandes.

O tempo foi bem escasso neste final de semana e por isso demorei tanto a escrever. Voltando agora de um histórico e memorável show do U2, tenho a dizer apenas que a liderança cai bem para este time e temos agora mais uma rodada para assegurar esta posição.

O mais importante, que era garantir o primeiro ou o segundo lugar, já foi alcançado. Vamos torcer agora pelos três pontos contra a Ponte Preta e pelo primeiro lugar, mas, dependendo de outros resultados, um eventual segundo lugar pode nem ser assim tão ruim...

Antes, na quarta, vamos a Santo André. Chegou a hora de corrigir o que aconteceu sete anos atrás. É hora de ser Palmeiras!

***

*6 gols sofridos em 18 jogos? Isso me deixa mais feliz que qualquer ataque de muitos e muitos gols.

*Jogo 699. O 700 virá em Santo André.

07 abril 2011

O fim dos clássicos

SPFC e SCCP jogaram recentemente em Barueri: 1.300 alvinegros puderam ir ao estádio. SFC e Palmeiras jogaram ainda mais agora na Vila Belmiro: não mais do que 700 palmeirenses pudemos descer a serra para ver o clássico. Estes dois exemplos são sintomáticos de um fenômeno que parece irreversível no futebol paulista: a perda de identidade dos clássicos estaduais.

Curioso notar que dois dos maiores culpados pelo esvaziamento dos clássicos paulistas são exatamente os dois mandantes dos clássicos mais recentes: SFC e SPFC. Mais este, porque aquele, historicamente, já mandava na Vila Belmiro boa parte dos clássicos, no que era retribuído pelos outros grandes aqui no planalto.

Acontece que os clássicos antes disputados na Vila eram antes um pouco menos desiguais, pois as torcidas visitantes tinham direito a 10% dos ingressos, exatamente o que é estipulado pela lei. Mas então veio Marcelo Teixeira, botou uma grade no 'nosso' setor e deixou a parte menor para os visitantes: os 2.000 ingressos antes destinados às torcidas da capital viraram 700 – ou até menos. Ficou por isso mesmo: os clubes não reagiram, a FPF deixou rolar e o promotor até incentivou a redução na carga.

E, a bem da verdade, vivíamos esta situação desigual em apenas um dos seis clássicos possíveis. Em todos os outros, prevalecia um cenário de competitividade e de expectativa pelo encontro das torcidas. Sim, o encontro das torcidas... vamos tratar disso:

Ir a um clássico no Morumbi até o final da década passada era sinônimo de imaginar como estaria a nossa torcida e, especialmente, se seríamos maioria. Isso era mais evidente até os anos 1990, com o estádio ainda sem setores coloridos: rolava a disputa por gomos de arquibancada, e a torcida maior empurrava a menor. Tudo na base da corda dos PMs. Bons tempos...

Mesmo a divisão por setores não foi suficiente para a perda de identidade dos clássicos. Seguíamos para o Morumbi fazendo previsões sobre o total de público e sobre o peso de cada torcida na arquibancada.

Uma vez nas imediações do estádio, a praça Roberto Gomes Pedrosa era o primeiro termômetro: ficavámos naquela parte mais elevada, entre barraquinhas de pernil e cerveja à vontade, a observar a movimentação dos inimigos lá pra baixo. Eles chegavam pela Saad ou pela Giovanni e já era possível comparar os nossos lá para cima e os inimigos do outro lado. Estimativas, suposições, expectativa, a tensão do clássico que se aproximava.

Havia dezenas de opções de barraquinha por ali. Pernil, calabresa, hot dog, pernil e calabresa misturados. E cerveja. E os amigos. A praça era uma área a ser conquistada, quase como que para demarcar o nosso espaço. Como acontece em toda guerra, era preciso conquistar e manter um território.

De quando em quando, a avenida que dividia as duas torcidas, em uma espécie de linha imaginária, deixava de existir. Ao menor vacilo das coxinhas, um grupo nosso descia em direção aos caras ou vice-versa. Porrada daqui e dali, pedras voando, correria, carros atingidos. Voltavam os coxinhas, os cavalos saltando sem direção, as torcidas recuavam. Por vezes, os bravos e valorosos homens do 2º BP Choque disparavam balas de borracha ou atiravam à distância as insuportáveis bombas de efeito moral.

Fazia parte do clássico.

Vieram então a infeliz decisão so SPFC de destinar 10% (ou 5%) para a torcida do outro grande (com a devida retribuição) e também o promotor, ainda mais nocivo do que o sujeitinho que, hoje deputado, pensou ter proibido as organizadas em 1995. Mais ainda: como parte do movimento que esvaziou os clássicos paulistas, o prefeito de SP proibiu as barracas de comida nas imediações das canchas e enviou os vagabundos da GCM para apertar o cerco na fiscalização à venda de cerveja.

Vamos aos clássicos hoje já sabendo como será a divisão das torcidas (90% de um lado e 10% do outro - ou 75% x 25% quando se trata de Palmeiras x SCCP). Não temos mais a festa na arquibancada, não temos o encontro com os rivais do lado de fora, não temos a briga por espaço na arquibancada, não temos o que comer e beber antes dos jogos. Um tédio.

Acabaram com os clássicos. Parabéns aos envolvidos.

***

Seguinte: alguém aí tem boas fotos de torcidas nos clássicos no Morumbi? O interesse maior é por encontros das torcidas na praça lá embaixo ou da divisão com cordas lá na arquibancada. Alguém aí?

Mandem, por favor, para o email forza.palestra@yahoo.com.br

06 abril 2011

E aí, Tirone, quanto foi?

A nota oficial divulgada pelo Palmeiras sobre o acordo com a Rede Globo é lacônica. Tem dois míseros parágrafos e uma única declaração de Arnaldo Tirone: "O contrato foi bom para o Palmeiras e, financeiramente, no mesmo patamar dos outros grandes clubes". Não diz nada. Não se fala em valores, e então, ao não abrir esse dado para o torcedor, a diretoria alviverde permite que a quantia especulada pela imprensa seja considerada a verdadeira.

Se não fosse, deveria haver um desmentido formal. Como não houve, é de se concluir que Tirone permitiu que o Palmeiras fechasse por um valor inferior ao de outros times. Uma vergonha. Um fato inaceitável. Ainda mais porque, ao fechar com a Rede Globo, Tirone desrespeita também o torcedor palmeirense, tantas vezes vítima dos mandos e desmandos da emissora carioca.

A foto abaixo, com arcelo Campos Pinto exibindo um sorriso vitorioso, é sintomática do que acontece no Palmeiras hoje:



Tirone, até aqui um homem de muitas escolhas infelizes no cargo, precisa entender que o Palmeiras não tem o direito de não informar o valor do contrato. O palmeirense tem o direito de saber.

E aí, Tirone, qual é o valor do contrato? O que justifica a opção pela Rede Globo e não pela proposta da concorrência, financeiramente melhor? Você já entrou direitinho na politicagem barata dos bandidos que dirigem o futebol brasileiro, né?

O Palmeiras não merece essa gente...

04 abril 2011

O país do futebol? (10)

Italia. Voltamos à pátria-mãe. Longe de mim gostar da Lazio, uma instituição abjeta por definição, mas é inegável que pelo menos um episódio envolvendo os ultras laziali merece destaque, porque capaz de reunir em torno de uma única causa muitas das principais torcidas italianas. Este capítulo da série "O país do futebol?" vai tratar do caso Gabriele Sandri, além de trazer mais dois vídeos de manifestações da torcida da Juventus. Desta vez, vocês vão perceber, não temos festa na arquibancada, pirotecnia ou qualquer coisa do tipo; é uma edição atípica, mas que serve para mostrar a diferença de mentalidade dos aficionados de outros países. Por fim, lembro aos que tiverem interessem que todas as nove edições anteriores encontram-se linkadas aí na barra lateral.

Vídeo 1: 2007, novembro. Internazionale e Lazio jogariam em Milano. Torcedores do time romano seguem para a Lombardia. Ainda antes de chegar à metade do caminho, em um posto de estrada em Arezzo, na Toscana, acontece o encontro com torcedores da Juventus, que seguiam para um jogo em Parma. O laziale Gabriele Sandri é morto com um tiro disparado por um policial rodoviário. Bastou a notícia ser confirmada para que ultras de todos os times em ação naquela tarde exigissem a suspensão da rodada, uma vez que tal medida fora adotada quando da morte de um policial em Catania, na Sicilia, meses antes. O vídeo abaixo mostra a união dos tifosi de todo o país:  

 Vídeo 2: Em Bergamo, não quiseram atender à exigência dos ultras e deram início ao jogo entre Atalanta e Milan. Os protestos da torcida acabaram por levar à suspensão do jogo:  

Vídeo 3: O jogo seguinte foi um Lazio-Parma no Olimpico de Roma. Ultras da Lazio deixaram a Curva Nord vazia até que fossem feitas todas as homenagens e só entraram no estádio depois do minuto de silêncio. A Lazio venceu por 1 a 0, com gol aos 45 minutos do segundo tempo. A comemoração de Firmani foi junto à bandeira em homenagem a Sandri.  

Vídeo 4: Imagine você, palestrino, o ódio que temos pelo goleiro de hóquei do Morumbi. Pois bem, é esse o sentimento de um laziale pelo meia Totti, ídolo da Roma. Acontece que no Lazio-Roma que veio alguns meses depois da tragédia, o próprio Totti, capitão da Roma, seguiu junto com Rocchi, capitão da Lazio, até a Curva Nord para prestar uma homenagem a Sandri.

Seguimos com manifestações, mas agora de outros casos. 

Vídeo 5: Heysel. Dispensa explicações. Para os que não conhecem a história, uma busca rápida é bem-vinda. 25 anos depois (!), os ultras da Juventus fizeram manifestação pelas ruas de Torino para homenagear os 39 mortos naquele dia trágico de 1985.  

Vídeo 6: A Juventus, os senhores devem se lembrar, foi o clube que mais se sujou no Calciopoli, escândalo relacionado à manipulação de resultados nas temporadas 2004/2005 e 2005/2006. Até por isso, sofreu a punição mais severa: perdeu dois títulos italianos e foi rebaixado para a segunda divisão. A torcida resolveu dar as caras para mostrar que o clube não poderia ser associado apenas a seus dirigentes. Foi a caminhada "Juventus Siamo Noi":

***

Os créditos deste capítulo ficam todos para o Gabriel Manetta Marquezin, que colaborou com a seleção dos melhores vídeos sobre o caso Gabriele Sandri e também com as outras sugestões.

03 abril 2011

Histórico mantido



















São 4 vitórias nos últimos 6 jogos na Vila Belmiro. São 42 em toda a história, e o Palmeiras comprova a supremacia contra o rival da Baixada mesmo considerando apenas os jogos na casa dos caras. Uma superioridade massacrante.

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Eu não me importo de ter uma visão ruim. Mas espero ao menos ter uma visão do campo de jogo, por pior que seja. A Vila Belmiro, é sabido, é um caso isolado, que permite ao torcedor enxergar o gol do outro lado, lá longe, mas não o gol que fica imediatamente abaixo dele. É uma obra-prima da engenharia de estádios.

Acontece que hoje, em uma tentativa de não ficar preso por uma hora depois do jogo, resolvi assistir aos minutos finais não na arquibancada tradicional, mas naquele setor intermediário, logo abaixo. E a visão que se tem dali, senhores, é a seguinte:










Vejam a cara-de-pau dos dirigentes santistas: colocaram cadeiras numeradas (e que, portanto, entram na conta para definir a capacidade do estádio) em um setor onde não se enxerga a maior parte do campo. Não se trata de ponto cego, mas sim de não conseguir ver quase nada do que se passa no gramado.

E é por isso que o imbecil do presidente dos caras cobra R$ 50!

O Santos é uma piada!

02 abril 2011

Pra cima, Palestra!

Eu teria vergonha de torcer por um time que leva desvantagem no confronto histórico contra um rival dentro da própria casa. Se for em um clássico quase centenário, tanto maior é a vergonha. Pois é exatamente esta a situação de Santos x Palmeiras na Vila Belmiro: foram 94 jogos, com 41 vitórias alviverdes, 17 empates e 36 vitórias dos caras; 204 gols nossos e 196 deles.

Nos últimos cinco jogos disputados na Vila, foram três vitórias (2 a 1 em 2008, 3 a 1 em 2009 e 4 a 3 em 2010), um empate (1 a 1 em 2010) e apenas uma derrota (1 a 2 em 2009).

Voltamos a Santos novamente no domingo, e a vitória seria essencial para conseguirmos manter um lugar entre os dois primeiros, que é tudo o que mais interessa nesta longa fase classificatória.

Fica até repetitivo reclamar das poucas centenas de ingressos que nos são enviados pelo canalha presidente do Santos FC (ele segue os passos do antecessor, que deu início a isso tudo), mas a verdade mesmo é que em momentos como esse nem mesmo aquela merda de Estatuto do Torcedor parece valer..

Vale lembrar: eram 2 mil ingressos até uns cinco anos atrás; hoje são entre 600 e 700. Se antes a lei dos 10% era cumprida, o que temos agora não passa de 3,5%. E que se foda o torcedor, né?

Vamos pra cima!


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Edmundo, 40!

A bem da verdade, este post serve muito mais para homenagear e parabenizar o grande e inesquecível Edmundo, o camisa 7, que chega hoje aos 40 anos de idade.


Obrigado por tudo, Edmundo!
Au, au, au, Edmundo é Animal!