14 dezembro 2011

O país do futebol? (40)

Pois é, senhores, chega ao fim a série "O país do futebol?". Um dia isso iria acontecer e este é o momento ideal, até para não "virar o fio". Foram 39 capítulos úteis (e mais este aqui), e eles todos contribuem para comprovar a afirmação feita por este blog logo no início do ano: o Brasil pode ser o país de muitas coisas, mas o futebol certamente não está entre elas. É uma questão cultural, de identidade, de alma. Já ouvi alguém dizer que "o brasileiro não gosta de futebol; o brasileiro gosta de vitória". É verdade. Quem gosta de futebol é o argentino. É o italiano. É o polonês. É o uruguayo. É o búlgaro. É o grego. É o turco. É o sérvio. É o inglês. Mas não o brasileiro. 

Isso tudo pode ser observado em detalhes (ou melhor, em imagens) ao longo de toda esta série que começou de maneira despretensiosa, lá em fevereiro, e só ganhou força graças à audiência e à colaboração dos leitores desta página. Todo o trabalho que eu tive para colocar isso no ar só foi possível e fez sentido porque havia gente que, semana após semana, estava interessada em saber como seria o capítulo seguinte.

A série "O país do futebol?" foi o que de melhor aconteceu para este blog em 2011. Foi ela que permitiu um respiro em meio às tragédias todas envolvendo o Palmeiras. Foi ela que deu uma motivação diferente a esta página - e à minha dedicação. Foi ela que me fez ter ainda mais prazer de assinar isto aqui. Foi, enfim, uma exceção em meio a um ano com quase nada para lembrar. Aos números:

Foram 287 vídeos e 12 fotos de 55 países diferentes: Alemanha, Argélia, Argentina, Áustria, Bélgica, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Chile, Chipre, Colômbia, Coréia do Sul, Costa Rica, Croácia, Dinamarca, Egito, Equador, Escócia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Guatemala, Holanda, Honduras, Hungria, Índia, Inglaterra, Irã, Irlanda, Israel, Italia, Japão, Lituânia, Malásia, Malta, Marrocos, México, País de Gales, Paraguay, Peru, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Rússia, Sérvia, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Uruguay.

A seguir, todos os 39 capítulos anteriores, com os países retratados, todos os times que por aqui passaram e a quantidade de vídeos. Se me permitem fazer um pedido, gostaria que os leitores desta página, dos mais aos menos habituais, escolhessem os cinco capítulos preferidos e publicassem a lista nos comentários - se possível justificando a escolha. Aí vai:

Capítulo 1 (10.02) - 4 vídeos
A série, dá pra perceber pelo tom do post, começou sem qualquer pretensão. Alguns vídeos soltos, mas todos eles muito expressivos: Argentina, Italia, Polônia. O Lech Poznań virou um clássico absoluto. E a reação da hinchada do Chacarita é emblemática.
Argentina (Chacarita): 1
Italia (Napoli): 1
Polônia (Lech Poznań): 2

Capítulo 2 (15.02) - 7 vídeos
É um dos meus preferidos, em especial pelos confrontos entre San Lorenzo e Huracán e pela festa da hinchada do Nueva Chicago para um time já rebaixado.
Alemanha (St. Pauli): 1
Argentina (Huracán, Nueva Chicago e San Lorenzo): 5
Grécia (Panathinaikos): 1

Capítulo 3 (21.02) - 5 vídeos
Grande Turquia! Um incendiário Fenerbahçe x Galatasary e as torcidas locais fazendo um barulho ensurdecedor. E o Crawley justifica uma menção das mais honrosas.
Croácia (Hajduk Split): 1
Inglaterra (Crawley): 1
Turquia (Fenerbahçe): 3

Capítulo 4 (01.03) - 5 vídeos
A série segue para o leste europeu com os belos vídeos da Sérvia. De quebra, dois países 'ocidentais' com forte cultura ultra.
Áustria (Sturm Graz): 1
Holanda (Groningen): 1
Sérvia (Crvena Zvezda e FK Vojvodina): 3

Capítulo 5 (09.03) - 7 vídeos
O monstruoso Boca-River ganha três referências espetaculares e o Uruguay aparece pela primeira vez, com seus dois grandes clubes e com a Celeste no Centenario.
Argentina (Boca Juniors, Estudiantes e River Plate): 4
Uruguay (Nacional, Peñarol e seleção do país): 3

Capítulo 6 (15.03) - 4 vídeos
Uma edição enxuta, mas matadora; bastaria o primeiro vídeo, do cipriota APOEL, para que ela fizesse sentido.
Chipre (APOEL): 2
Polônia (Widzew): 1
Suíça (Basel e Luzern): 1

Capítulo 7 (22.03) - 5 vídeos
Peñarol-Nacional e West Ham-Milwall: isto já resolve tudo. Mas temos ainda uma grande hinchada da Costa Rica e o primeiro vídeo ACAB da série.
Costa Rica (Saprissa): 1
Inglaterra (Milwall e West Ham): 1
Portugal (Benfica): 1
Uruguay (Nacional e Peñarol): 2

Capítulo 8
(28.03) - 7 vídeos
Para descobrir que até os japoneses torcem melhor que o povo daqui. Humilhação total...
Croácia (Dinamo Zagreb): 2
Grécia (Panathinaikos): 2
Japão (Urawa Red Diamonds): 3

Capítulo 9
(30.03) - 2 vídeos
Sem planejamento algum, este aqui surgiu em reconhecimento a uma notícia da época: a torcida do Cúcuta, da Colômbia, levou um torcedor morto ao estádio. Com caixão e tudo.
Colômbia (Cúcuta): 1
Italia (Salernitana): 1

Capítulo 10
(04.04) - 6 vídeos
A união dos ultras italianos para protestar contra a morte de um torcedor - por policiais - mostra bem qual é a diferença de mentalidade entre os torcedores de lá e os daqui.
Italia (Atalanta, Juventus, Lazio e Roma): 6

Capítulo 11
(12.04) - 14 vídeos
Só Racing. Todas as principais músicas, a festa de La Guardia Imperial, o Cilindro lotado, o histórico de devoção de uma hinchada por seu clube, situações que são inimagináveis para o "brasileirinho" médio. "Vamos La Acadé!" Argentina (Racing): 14

Capítulo 12 (18.04) - 7 vídeos
Uma viagem ao Egito, terra do grande clássico Al Ahly-Zamalek (um dérbi como poucos no mundo). De quebra, as primeiras imagens direto de Sarajevo, outra cidade que vive o futebol intensamente.
Bósnia e Herzegovina (FK Sarajevo e Željezničar): 3
Egito (Al Ahly e Zamalek): 4

Capítulo 13 (26.04)
Este é diferente, sem vídeos, apenas com a personificação de tudo de ruim que existe no futebol brasileiro: o imbecil que, se este fosse um país que leva o futebol a sério, já teria sido espancado em praça pública.

Capítulo 14 (03.05) - 6 vídeos
Alguns grandes clássicos europeus: Genova, Istambul e Sevilla. E Dortmund x Gelsenkirchen.
Alemanha (Borussia Dortmund e Schalke 04): 1
Espanha (Betis e Sevilla): 1
Italia (Genoa e Sampdoria): 1
Turquia (Besiktas e Galatasaray): 2

Capítulo 15 (08.05) - 8 vídeos
Um time da quarta divisão argentina, batalhas campais em Vasóvia e em Belgrado e, pra detonar de vez, o dérbi de Malta.
Argentina (San Martin Burzaco): 1
Eslovênia (Maribor): 1
Malta (Floriana e Valletta): 1
Polônia (Legia Warszawa e Polonia Warszawa): 3
Sérvia (Crvena Zvezda e Partizan Belgrado): 1

Capítulo 16 (16.05) - 7 vídeos
Clássico de Budapeste, confrontos entre torcidas em Bucareste e imagens impressionantes dos ultras do Stuttgart.
Alemanha (Stuttgart): 2
Finlândia (seleção do país): 1
Hungria (Ferencváros e Újpest): 4
Romênia (Steaua Bucuresti): 1

Capítulo 17 (23.05) - 11 vídeos
América Latina. Uruguay e Chile são escolhas óbvias; tem também Equador e países menos tradicionais da América Central.
Chile (Colo-Colo e Universidad de Chile): 3
Equador (Barcelona e Emelec): 2
Guatemala (Xelajú): 1
Honduras (Real España e Olimpia): 3
Uruguay (Peñarol): 2

Capítulo 18
(30.05) - 10 vídeos
Provavelmente o melhor entre todos os capítulos desta série: do início ao fim, grandes hinos de países, de clubes e de torcida. Imagens grandiosas e históricas. Um pouco da alma do futebol que ainda resiste aqui e ali: "You´ll never walk alone", Beatles, o hino da Italia e "O Surdato 'Nnammurato". É, de longe, o mais emotivo; e é também o meu preferido.
Escócia (Celtic): 2
Inglaterra (Liverpool): 4
Italia (Napoli, Roma e seleção do país): 3

Capítulo 19 (06.06) - 9 vídeos
Fugindo dos grandes centros...
Áustria (Rapid Wien): 2
Bulgária (CSKA Sofia e Levski Sofia): 4
Grécia (Aris Tessalônica): 3 

Capítulo 20 (10.06) - 5 vídeos
Uma edição bem humorada, a única. A campanha Puma Hardchorus deu início a tudo, e aí ultras de todo o mundo fizeram suas próprias versões:
Alemanha
Coreia do Sul
Inglaterra
Italia
Lituânia

Capítulo 21 (13.06) - 5 vídeos
A despedida de Martín Palermo foi uma oportunidade sem igual de mostrar a diferença entre a forma como brasileiros e argentinos encaram o futebol. Empresto de um comentário feito pelo amigo Cesarotti no próprio post uma definição inspirada: "Para os míopes que acompanham daqui o futebol sul-americano com um ar de nefasta superiordade, Martín Palermo é só um cara que perdeu três pênaltis no mesmo jogo. Bobalhões, não sabem o que tão perdendo." Sim, Palermo foi um gigante. Um gigante. E as cenas de sua última partida, elas todas contidas neste capítulo 21, mostram isso.
Argentina (Boca Juniors, Huracán e Vélez): 5

Capítulo 22 (20.06) - 8 vídeos
A estreia de alguns importantes países europeus...
Bélgica (Anderlecht e Standard Liège): 2
Dinamarca (Badedyrs): 1
França (Olympique de Marseille): 3
Suécia (AIK Fotboll, Djurgårdens IF Fotboll e Hammarby IF): 2

Capítulo 23 (26.06) - 9 vídeos
Caiu o River. E este blog prestou uma homenagem a uma das maiores e melhores hinchadas da Argentina. De quebra, uma menção necessária ao Peñarol, vice-campeão da Libertadores.
Argentina (River Plate): 8
Uruguay (Peñarol): 1

Capítulo 24 (30.06) - 2 vídeos
Uma edição curta, mas necessária e contundente. Uma das mais necessárias de toda esta série. Além da indicação para um texto mais do que necessário, dois vídeos magistrais que mostram a diferença entre o tratamento destinado ao futebol por grandes emissoras de TV e rádio do Brasil, da Argentina e da Italia. Não à toa, o futebol vive nestes dois últimos. Vale conferir.
Argentina (River Plate): 1
Italia (Napoli): 1

Capítulo 25 (03.07) - 10 vídeos
Nada de Europa ou América... só países sem tradição alguma no futebol e que, mesmo assim, humilham os "brasileirinhos"
Índia (East Bengal e Mohun Bagan): 1
Israel (Hapoel Tel Aviv, Maccabi Haifa e Maccabi Tel Aviv): 4
Malásia (Kelantan e Selangor): 2
Marrocos (Raja Casablanca e Wydad): 3

Capítulo 26 (11.07) - 9 vídeos
Bogotá, Cali e Medellín, as principais cidades colombianas, aparecem neste capítulo, que tem ainda bons vídeos da Argentina e da Suíça.
Argentina (Nueva Chicago): 1
Colômbia (Atletico Nacional de Medellín, Deportivo Cali, Independiente Medellín, Independiente Santa Fe e Millonarios): 6
Italia (Sampdoria): 1
Suíça (Young Boys): 1

Capítulo 27 (18.07) - 10 vídeos
Todos os principais clássicos bolivianos (La Paz, Santa Cruz e Cochabamba) estão representados aqui, em uma edição que vai ainda a outros países da América Latina.
Argentina (Racing e River Plate): 1
Bolívia (Aurora, Blooming, Bolivar, Oriente Petrolero, San Jose, The Strongest e Wilstermann): 6
Honduras (Motagua): 1 Paraguay (Cerro Porteño e Olimpia): 1
Peru (Cienciano): 1

Capítulo 28 (26.07) - 6 vídeos
ACAB. Confrontos entre torcedores e policiais em todo o mundo.
Argentina (Boca Juniors e River Plate): 3
Bulgária (CSKA Sofia): 1
Marrocos (Raja Casablanca e Wydad): 1
Romênia (Steaua Bucareste): 1

Capítulo 29 (01.08) - 9 vídeos
Só ultras alemães, com destaque para o Borussia...
Alemanha (Borussia Dortmund, Dynamo Dresden, Fortuna Düsseldorf, FC Köln e Mainz): 9 

Capítulo 30 (09.08) - 6 vídeos
"Um capítulo sem times ou países específicos. Se aqui no Brasil vagabundo leva cartaz alienado para ser filmado pela maldita Rede Globo e se jogador se dispõe a fazer papel de idiota, lá fora as torcidas protestam contra o "futebol moderno". Tem a ver com o nível cultural, tem a ver com a decência do povo, tem a ver com a capacidade se revoltar contra quem é inimigo do esporte."
Europa: 2
Inglaterra: 1
Italia: 1
Polônia: 1
Portugal (Sporting): 1

Capítulo 31 (22.08) - 4 vídeos e 11 fotos
Mais protestos contra o futebol moderno. Mais resistência. Um capítulo que condensa vídeos e fotos - que eram muito necessárias e diziam mais do que quaisquer sequências de imagens. Inglaterra (Liverpool): 1
Italia (Avellino, Bologna, Catania, Genoa, Internazionale, Milan e Roma): 10
Lituânia (FBK Kaunas): 1 Portugal (Acadêmica de Coimbra): 2
República Tcheca (Viktoria Plzeň): 1

Capítulo 32 (03.10) - 4 vídeos
Mais ACAB e mais manifestações contra o futebol moderno.
Áustria (Rapid Wien): 1
Portugal (Benfica e Sporting): 1
Suécia (AIK e Djurgårdens IF): 1
Suíça (Grasshopper e St. Gallen): 1

Capítulo 33 (10.10) - 8 vídeos
Um compilado de vários países europeus.
Áustria (Rapid Wien): 1
Bélgica (Anderlecht): 1
Espanha (Athletic Bilbao): 1
Grécia (Aris FC e Olympiacos): 3
Rússia (CSKA e Spartak Moscow): 2
Suíça (Basel): 1

Capítulo 34 (27.10) - 9 vídeos
Um pouco de muita coisa pelo mundo... até os EUA!
Argélia (seleção do país): 1
Bósnia e Herzegovina (FK Sarajevo, Željezničar e seleção do país): 2
Croácia (Hajduk Split): 1
EUA (Portland Timbers): 2
Japão (Vegalta Sendai): 1
México (Puma e Veracruz): 2

Capítulo 35 (08.11) - 10 vídeos
Outro daqueles capítulos que resumem o espírito da série: uma comparação entre as propagandas sobre futebol no Brasil e em países onde o esporte é efetivamente levado a sério. Destaque para todas as da Quilmes e para as do Atlético de Madrid.
Argentina: 5
Espanha (Atletico de Madrid): 3
Uruguay: 2

Capítulo 36 (18.11) - 9 vídeos e 1 foto
O estoque de sugestões dos leitores era enorme e aí o jeito foi aproveitar boa parte delas em um capítulo que, embora sem muita lógica, é bastante efetivo no recado.
Argentina (Chacarita): 1
Alemanha (Borussia Dortmund): 1
Italia (Barletta e Cavese): 2
Irã (Chooka Talesh e Shahrdari Dezfool): 1
Polônia (Cracóvia Kraków e Wisla Kraków): 2 Turquia (Besiktas e Fenerbahçe): 4

Capítulo 37 (24.11) - 9 vídeos
Alguns participantes clássicos da série (Aris FC, Fenerbahçe, Napoli, Poznań...) e novidades como um time do País de Gales.
Argentina (Godoy Cruz): 1
Grécia (Aris Tessalônica): 1
Inglaterra (Nottingham Forest): 1
Italia (Internazionale, Napoli e Palermo): 3
País de Gales (Swansea City): 1
Polônia (Lech Poznań e Legia Warsawa): 2
Turquia (Fenerbahçe e Galatasaray): 1

Capítulo 38 (30.11) - 14 vídeos
Muitas nações diferentes e muitos clássicos europeus: Amsterdam-Roterdam, Birmigham, Bratislava, Budapeste, Copenhague, Lisboa... e não só: tem ainda Buenos Aires e Rosario.
Argentina (Newell's Old Boys, Rosario Central e San Lorenzo): 3
Dinamarca (Brøndby IF e F.C. København): 1
Eslováquia (ŠK Slovan Bratislava e Spartak Trnava): 2
Grécia (OFI Crete e PAS Giannina): 1
Holanda (Ajax-Feyenoord): 1
Hungria (Ferencváros e Újpest): 1
Inglaterra (Aston Villa e Birmigham City): 1
Irlanda (Shelbourne e Sligo Rovers): 1
Portugal (Benfica, Porto e Sporting): 3
Romênia (Rapid Bucuresti): 1
Ucrânia (Dynamo Kyiv e Shaktar Donetsk): 1

Capítulo 39 (08.12) - 15 vídeos
Alguns pequenos argentinos que não haviam tido espaço, mais dérbis de Belgrado, Glasgow e Praga.
Alemanha (Borussia Dortmund): 1
Argentina (All Boys, Atlanta, Ferrocarril Oeste, Independiente e Temperley): 6
Escócia (Celtic e Glasgow): 3
Espanha (Celta de Vigo e La Coruña): 1
Sérvia (Crvena Zvezda e OFK Beograd): 1
República Tcheca (Slavia Praha e Sparta Praha): 2

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Os países que mais apareceram

60
Argentina (em 16 capítulos)

31
Italia (em 12 capítulos)

15
Alemanha (em 6 capítulos)
Turquia (em 5 capítulos)

11
Inglaterra (em 8 capítulos)
Grécia (em 6 capítulos)

10
Polônia (em 6 capítulos)
Uruguay (em 5 capítulos)

8
Portugal (em 5 capítulos)

7
Colômbia (em 2 capítulos)

6
Espanha (em 4 capítulos)
Bolívia (em 1 capítulo)

5
Áustria, Bósnia, Bulgária, Escócia, Hungria e Sérvia

4
Croácia, Egito, Honduras, Japão, Suíça, Israel e Marrocos

3
Chile, Romênia, Bélgica, França, Suécia e República Tcheca

2
Chipre, Equador, Holanda, Lituânia, Dinamarca, Malásia, Rússia, EUA, México e Eslováquia

1
Coréia do Sul, Costa Rica, Eslovênia, Finlândia, Guatemala, Malta, Índia, Paraguay, Peru, Argélia, Irã, País de Gales, Irlanda e Ucrânia

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Os times que mais apareceram 

15 
Racing (Argentina)
River Plate (Argentina)

11 
Boca Juniors (Argentina)

8
Fenerbahçe (Turquia)

7
Peñarol (Uruguay)
Borussia Dortmund (Alemanha)
Besiktas (Turquia) 

5
Aris FC (Grécia)
Napoli (Italia)
Liverpool (Inglaterra)
Celtic (Escócia)

4
Lech Poznań (Polônia), Rapid Wien (Áustria), CSKA Sofia (Bulgária), Panathinaikos (Grécia), Úpjest (Hungria), Wydad (Marrocos), Crvena Zvezda (Sérvia) e seleção da Italia

3 
Huracán (Argentina), Newell´s Old Boys (Argentina), San Lorenzo (Argentina): 3, Željezničar (Bósnia e Herzegovina), Atletico de Madrid (Espanha), Olympique de Marseille (França), Ferencváros (Hungria), Roma (Italia), Lazio (Italia), Urawa Red Diamonds (Japão), Raja Casablanca (Marrocos), Legia Warszawa (Polônia), Sporting (Portugal) e AIK Fotboll (Suécia)

2
Stuttgart (Alemanha), All Boys (Argentina), Chacarita (Argentina), Ferrocarril Oeste (Argentina), Nueva Chicago (Argentina), Rosario Central (Argentina), Anderlecht (Bélgica), Blooming (Bolívia), Bolivar (Bolívia), Oriente Petrolero (Bolívia), The Strongest (Bolívia), FK Sarajevo (Bósnia e Herzegovina), Universidad de Chile (Chile), APOEL (Chipre), Atletico Nacional (Colômbia), Dinamo Zagreb (Croácia), Hajduk Split (Croácia), Al Ahly (Egito), Zamalek (Egito), Rangers (Escócia), Portland Timbers (EUA), Olympiacos (Grécia), Olimpia (Honduras), Maccabi Tel Aviv (Israel), Avellino (Italia), Genoa (Italia), Internazionale (Italia), Juventus (Italia), Milan (Italia), Sampdoria (Italia), Kelantan (Malásia), Selangor (Malásia), Veracruz (México), Acadêmica Coimbra (Portugal), Benfica (Portugal), Slavia Praha (República Tcheca), Sparta Praha (República Tcheca), Djurgårdens (Suécia), Basel (Suíça), Galatassaray (Turquia) e Nacional (Uruguay)

1 
FC Köln (Alemanha), Duisburg (Alemanha), Dynamo Dresden (Alemanha), Fortuna Düsseldorf (Alemanha), Mainz (Alemanha), Schalke 04 (Alemanha), St. Pauli (Alemanha), seleção da Argélia, Atlanta (Argentina), Estudiantes (Argentina), Godoy Cruz (Argentina), Independiente (Argentina), San Martin Burzaco (Argentina), Temperley (Argentina), Vélez Sarsfield (Argentina), Sturm Graz (Áustria), Standard Liège (Bélgica), Aurora (Bolívia), San Jose (Bolívia), Wilstermann (Bolívia), seleção da Argentina, Levksi Sofia (Bulgária), Colo-Colo (Chile), Cúcuta (Colômbia), Millonarios (Colômbia), Independiente Santa Fe (Colômbia), Independiente (Colômbia), Deportivo Cali (Colômbia), Saprissa (Costa Rica), Badedyrs (Dinamarca), Brøndby IF (Dinamarca), F.C. København (Dinamarca), Barcelona (Equador), Emelec (Equador), ŠK Slovan Bratislava (Eslováquia), Spartak Trnava (Eslováquia), Maribor (Eslovênia), Athletic Bilbao (Espanha), Betis (Espanha), Celta de Vigo (Espanha), La Coruña (Espanha), Sevilla (Espanha), OFI Crete (Grécia), PAS Giannina (Grécia), Xelajú (Guatemala), Ajax (Holanda), Feyenoord (Holanda), Groningen (Holanda), Motagua (Honduras), Real España (Honduras), East Bengal (Índia), Mohun Bagan (Índia), Aston Villa (Inglaterra), Birmigham City (Inglaterra), Crawley (Inglaterra), Millwall (Inglaterra), Nottingham Forest (Inglaterra), West Ham (Inglaterra), Chooka Talesh (Irã), Shahrdari Dezfool (Irã), Sligo Rovers (Irlanda), Shelbourne (Irlanda), Hapoel Tel Aviv (Israel), Maccabi Haifa (Israel), Atalanta (Italia), Barletta (Italia), Bologna (Italia), Catania (Italia), Cavese (Italia), Palermo (Italia), Salernitana (Italia), Vegalta Sendai (Japão), FBK Kaunas (Lituânia), Floriana (Malta), Valletta (Malta), Swansea City (País de Gales), Cerro Porteño (Paraguay), Olimpia (Paraguay), Cienciano (Peru), Cracovia Kraków (Polônia), Polonia Warszawa (Polônia), Widzew (Polônia), Wisla Kraków (Polônia), Porto (Portugal), Viktoria Plzeň (República Tcheca), Rapid Bucuresti (Romênia), Steaua Bucareste (Romênia), CSKA Moscow (Rússia), Spartak Moscow (Rússia), Partizan Belgrado (Sérvia), OFK Beeograd (Sérvia), Vojvodina (Sérvia), Hammarby IF (Suécia), Young Boys (Suíça), Grasshopper (Suíça), Luzern (Suíça), St. Gallen (Suíça), Dynamo Kyiv (Ucrânia), Shaktar Donetsk (Ucrânia)

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Considerações finais

_Há aqui e ali algumas injustiças na lista - em especial por grandes torcidas que não tiveram o espaço merecido. Mas o que eu efetivamente lamento é o fato de três países não terem aparecido como deveriam. São eles a Holanda (2), o México (1) e o Peru (1). Fato é que não tive muita sorte quando fui atrás de bons vídeos destes lugares, outras prioridades foram aparecendo e deu no que deu. Certamente há uma cultura ultra na Holanda que justificaria mais destaque, assim como no México (são inúmeros os clubes que deveriam ter parado aqui) e também em Lima (Alianza Lima, Sporting Cristal e Universitario). Fica o registro.

_Noruega: dizem que há boas torcidas por lá, mas não encontrei nada que merecesse registro. 

_Já me perguntaram se há espaço para seguir com a série. Eu sempre respondo que há material para infinitos capítulos, mas que era preciso encerrar - até para evitar um desgaste que seria inevitável depois de tanto tempo. Então é melhor parar por aqui, não sem antes registrar um agradecimento especial a todos os que entenderam que se tratava de um espaço colaborativo e enviaram suas sugestões. Muitos continuam fazendo isso até hoje. Agradeço a esses também. Obrigado! 

_Disse lá atrás que esta série foi o que de melhor aconteceu para o blog neste 2011. Nada mais justo, portanto, que encerrar o ano com este capítulo 40, que serve como referência e índice de tudo o que foi produzido ao longo desses últimos 11 meses. _Férias! Bom fim de ano a todos e até a volta em 2012!

08 dezembro 2011

O país do futebol? (39)

Sim, a Argentina foi o país que mais apareceu nesta série (em número de vezes e em vídeos); nem poderia ser diferente, uma vez que trata-se de uma antítese do que vivemos aqui. Em sendo assim, nada mais coerente do que encerrar a série com mais algumas "boas práticas" de lá, quase sempre de Buenos Aires ou das cidades próximas. Além de mais quatro vídeos portenhos, este capítulo traz ainda boas imagens de Alemanha, Escócia, Espanha, República Tcheca, Sérvia e Uruguay.

Vídeo 1: O Borussia Dortmund venceu o Schalke 04 (2-0) no Signal Iduna Park completamente tomado (80 mil torcedores) para assumir depois de muito tempo a liderança da Bundesliga. A comemoração dos jogadores com a torcida é algo espetacular:


Vídeo 2: Mais um dérbi incendiário do leste europeu. Vamos até Praga, capital da República Tcheca, para o encontro entre Sparta Praha e Slavia Praha, os dois times mais tradicionais do país:

Vídeo 3: Mais um da belíssima Praga, agora com tomadas das duas torcidas. Pirotecnia é uma especialidade local:

Vídeo 4: A região metropolitana de São Paulo tem pelo menos o dobro da população da Grande Buenos Aires e mal comporta quatro grandes. A metrópole argentina, por sua vez, tem pelo menos uns 20 clubes - repito, 20! - com torcida de peso. Torcidas que podem não ser assim tão numerosas, mas que têm uma paixão capaz de impor respeito em nível nacional. Estou falando de Ferrocarril Oeste, Chacarita, Tigre, Almirante Brown, Dock Sud, Nueva Chicago... e All Boys. Grande All Boys! Para quem não conhece, é um clube do bairro Floresta, na zona oeste de Buenos Aires. Tem uma torcida apaixonada e uma cancha que tem um nome simplesmente inigualável: Islas Malvinas. É um clube de bairro, mas capaz de encarar de igual para igual as hinchadas de todos os grandes locais (Boca, River, Racing etc.). Mal comparando, seria um Juventus com uma massa atuante a ponto de bater de frente com as torcidas grandes aqui de SP. A minha identificação com o All Boys nasceu na primeira rodada do Apertura 2010/2011, que marcou o retorno do clube à elite nacional depois de 30 anos. Jogo no Cilindro de Avellaneda contra o Racing. Quase cinco mil seguiram em direção ao sul para apoiar o time. A música abaixo, lindíssima, simboliza muito bem a história dessa gente do bairro Floresta. Eu identifiquei aí a hinchada nas canchas do Boca, do Vélez, do Huracán, do San Lorenzo, do River, em alguns menores (provavelmente de anos anteriores, ainda nas divisões de baixo) e, claro, no emblemático Islas Malvinas, no bairro Floresta:


Vídeo 5: É tão sensacional esta música do All Boys que merece mais outro vídeo:

Vídeo 6: Outra grande hinchada de bairro é a do Atlanta, um clube que já se faz respeitar pelo apelido bem sugestivo: Los Boemios.


Vídeo 7: Querem mais? Que tal a gente do Temperley, que faz festa debaixo de chuva no vídeo a seguir?


Vídeo 8: Não poderia faltar o Ferrocarril Oeste, nome belíssimo para um clube de muita história, mas infelizmente relegado às divisões inferiores há tempos. Cabe lembrar que, campeão argentino de 1984, o Ferro foi à Libertadores do ano seguinte e, vejam os senhores, levou ao Maracanã mais gente que o Fluminense! Logo abaixo, vejam a hinchada do Ferro dividindo o Nuevo Gasómetro (cancha do San Lorenzo) com a gente do River:


Vídeo 9: Mais um do Ferro contra o River:

Vídeo 10: Independiente-Peñarol é provavelmente o clássico internacional de maior peso da América Latina. Depois de décadas no ostracismo, os dois clubes voltaram a se enfrentar na Libertadores do ano passado. E aí os carboneros seguiram até Buenos Aires para, como eles adoram dizer, "copar" Avellaneda.


Vídeo 11: Escócia, a terra de William Wallace. Vamos, é evidente, até Glasgow. Uma das maiores rivalidades do mundo é a que opõe Celtic e Rangers. Ódio secular, católicos contra os protestantes, violência latente. O clássico é conhecido como The Old Firm Derby. Uma busca pelo YouTube traz uma série de longos documentários (tem um da BBC com um nome bem sugestivo: Scotland´s Secret Shame), normalmente divididos em até cinco partes. Vale procurar e assistir. Para efeito de divulgação mais ágil, um material histórico com boas imagens de lado a lado:

Vídeo 12: A torcida do Celtic canta, durante clássico contra o Rangers, uma de suas músicas mais famosas, cuja versão original é da banda Depeche Mode:


Vídeo 13: O huddle é um movimento bem particular do público local. Não dá para explicar; é melhor conferir abaixo:

Vídeo 14: O dérbi da Galicia (Espanha) coloca frente a frente Deportivo La Coruña e Celta de Vigo. As imagens do duelo no El Riazor merecem ser vistas tanto quanto as boas fotos do Ultras Tifo.


Vídeo 15: Belgrado, na Sérvia, é a terra do Estrela Vermelha (ou Crvena Zvezda) e do OFK Beeograd. O clássico entre os dois não é o principal da cidade, mas é mais um bom exemplo da cultura ultra das ex-repúblicas iugoslavas. Imagens de um duelo disputado no estádio Marakna - em homenagem ao nosso Maracanã:

Vale conferir as fotos também.

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Colaborações: Felix Lukow, Ivan Bianchin, Rodrigo "Moacir" Astolpho e Vitor Birer.

06 dezembro 2011

Os oportunistas de decisão

“Eu sou campeão!”

O sujeito diz isso como se efetivamente tivesse contribuído para o título recém-conquistado, com um pseudo-orgulho tão frágil quanto o seu entendimento do assunto. Logo ele, pobre coitado, um imbecil que resolve se interessar por futebol uma vez ao ano – quando muito. Mas aí, na hora de 'lucrar' com os dividendos de uma batalha que não é a dele e se proclamar algo que não é, o pulha dá as caras, quer participar do que não pertence a ele e, sem condições de produzir algo inteligível, fica compartilhando cretinices criadas por outros oportunistas como ele ou, pior ainda, por publicitários imbecis.

Coisas como o último anúncio da Nike, que passa vergonha com uma campanha que busca ratificar o tal populismo de fachada. E dá-lhe frases vazias para alimentar a falácia propagada por oportunistas que só aparecem nas últimas rodadas do campeonato: “Nós não vivemos de títulos”, “Nós sofremos”, “Nós somos diferentes”, “Nós somos o povo”. Nenhuma se sustenta; todos desabam em confronto com a realidade.

Vejamos:

_Todo torcedor vive do seu time, e não de títulos. TODO. A bem da verdade, a preposição correta seria "pelo" em vez de "de". É por isso que todo torcedor continua ao lado do time mesmo que ele não ganhe porra nenhuma – e algumas das torcidas mais apaixonadas do mundo são as de clubes que não ganham nada há muito tempo. Todo torcedor vive pelo seu time; os oportunistas é que aparecem na hora da decisão. Dirá alguém que há os tipos que, no meio do processo, acabam mudando de time. Bom, um tipo assim não merece ser entendido como ser humano; menos ainda como torcedor. Portanto, a frase vendida pelos imbecis marqueteiros é desprovida de qualquer significado. Quem a compartilha normalmente é o imbecil oportunista que só resolve falar de futebol uma vez por ano.

_Sobre o lance do “sofrimento”, permito-me direcionar os senhores para dois posts que já abordaram isso de maneira bem contundente: "O monopólio do sofrimento" e "O sofrimento seletivo".

_“Nós somos diferentes”, “Nós somos o povo” e que tais são variáveis do tal populismo de fachada. Porque aí, em uma falácia retroalimentada por boçais que compartilham merdas no Facebook sem sequer ter ideia do que estão falando, a coisa toda ganha um peso ainda maior, porque essa massa de manobra serve para que o marketing predatório consiga reforçar suas mensagens.

A verdade é que os guerreiros somos poucos - seja do nosso lado, seja do lado deles. Somos efetivamente poucos os que lutamos o tempo todo, os que não esmorecemos, os que estamos presentes nas vitórias e nas derrotas da mesma maneira. Uma pequena minoria luta o ano todo para que uma maioria de oportunistas de ocasião apareça no final querendo fazer parte da vitória. Isso vale do lado de lá da guerra tanto como cá - e para qualquer outro clube.

As diferenças consistem no frágil populismo de fachada dos nossos rivais e na realidade recente, em que nosso rival de tantas décadas se perdeu e vendeu a alma. E dá-lhe bandeirões de empresas subindo na tobogã, dá-lhe modinhas na arquibancada, dá-lhe fãs de vagabundos querendo ser torcedoras por um dia.

Enfim, temos já dois dias desde que terminou o modorrento Campeonato Brasileiro de pontos corridos. Dois dias. O tal sujeito oportunista procura agora um novo assunto para destilar seu oportunismo. Qualquer assunto. Futebol? Ah, ele vai deixar para pensar nisso quando o time dele voltar a participar de uma decisão. Vai querer se dizer campeão, vai falar merda atrás de merda, vai até mesmo querer um ingresso para o jogo decisivo. E, claro, oportunista que é, vai compartilhar todo tipo de besteira que lê no Facebook para tentar ser o que nunca será: torcedor.

Porque torcedor, seus oportunistas, é aquele que vai ao estádio. Torcedor é aquele que se preocupa com o time o ano todo. Torcedor é aquele que conhece a história. E torcedor, no caso específico do time campeão no último sábado, é aquele que nunca foi modinha. É aquele que deveria saber quem era Sócrates não no dia da sua morte, mas muito antes disso. É aquele que não ergueu o braço sem saber o significado do gesto. É aquele que sabia, antes mesmo disso tudo acontecer, que Sócrates era a antítese do marqueteiro que vestia a camisa 9 do nosso rival até bem pouco tempo atrás.

Torcedor é isso. O resto é oportunista de decisão.

Eu conheço dezenas desses oportunistas. Sei que o sujeito é assim só de ver o que ele publica em suas redes sociais. E sei também que, daqui a pouco mais de um mês, estaremos indo ao estádio para ver um Palmeiras x Mogi Mirim numa quarta-feira à noite chuvosa e teremos de ouvir o pulha dizer coisas como “Você é louco de ir nesse jogo...” ou, pior, “Enquanto você está se matando para ir a esse jogo, os jogadores estão ganhando uma fortuna...” Isso só sai da boca de oportunistas.

E aí, quando um sujeito desses resolver falar novamente sobre futebol, eu já terei completado pelo menos mais 50 jogos no estádio e voltarei a tratá-lo como o lixo que ele é.

Campeão? Só se for de oportunismo!

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Sei que já escrevi demais sobre isso, mas não posso deixar de compartilhar com os senhores parte de um texto publicado ontem no blog do Alexandre Silva:

“Mas o que mais me irrita no futebol é o outro tipo de torcedor. O Oportunista. O Covarde. O torcedor de ocasião. Ele me ofende. Me agride. Como fã de futebol, como quem vive esse esporte. Me sinto profundamente agredido, pelo comportamento de Covardes e Oportunistas em relação a uma das minhas maiores paixões.

É importante ressaltar que não importa o time que o Oportunista torça, ou diz torcer. Ele existe em TODAS as torcidas. E deve ser desprezado e ridicularizado pelas mesmas.

O Oportunista é aquele torcedor que diz ter um time. Mas você nunca o vê indo ao estádio. Quando vai, é final de campeonato. Nunca o vê usando uma camisa do seu time. Nunca o vê comentando sobre futebol, falando qualquer coisa relacionada ao seu time ou ao futebol em geral. Que nunca assiste futebol. Ouvir no radinho então, nem pensar...”

05 dezembro 2011

A vitória de quem vai à luta



Basta surgir a camisa alviverde no gramado para o SCCP fraquejar. Basta ficarem frente a frente os dois arquiinimigos para o lado que vive de um populismo de fachada entender que não será possível triunfar sem uma guerra pela frente. E basta estarmos diante do rival para crescermos, ainda que representados por um time que está longe de nossas tradições.

Fomos à cancha municipal para uma guerra. Lutamos. Cantamos. Apoiamos. Cumprimos a nossa missão. Tivemos, no campo e na arquibancada, uma tarde digna. Enfrentamos o inimigo, não cedemos, fomos além. E eis que um time fraco conseguiu encurralar um adversário mais qualificado fora de casa para quase deixar o gramado com uma vitória que não veio por detalhes e por limitação técnica. Foi assim com 11 em campo; foi assim também com 10 em campo. Foi assim na semifinal do Paulista; foi assim agora também.

Do outro lado, medo. Na torcida, no campo e no banco. Um medo de quem conhece o peso da camisa alviverde. Um medo de quem sabe que pode ter passado por todos os outros 18 times do campeonato, mas não pelo Palmeiras. NUNCA pelo Palmeiras. Um medo de quem sabe que o título veio não sobre o Palmeiras, mas apesar dele. Um medo de quem conhece a história. Um medo de quem viveu 1993, 1994, 1999, 2000 - só para ficar nas mais recentes... Um medo de quem guarda até hoje a dor de muitas derrotas históricas. Um medo de quem sabe o que é Palmeiras.

Tremeram, putos. Porque a nossa camisa pesa. Porque o clube que defendemos pode ter todos os defeitos do mundo, mas não vendeu a alma. Porque não vivemos de um populismo de fachada. Porque não vivemos de frases feitas por publicitários. Porque não propagamos um discurso que é só discurso mesmo. Porque não tungamos o dinheiro do povo. Porque nossa casa foi construída e defendida com o suor dos nossos. Porque temos os juízes não como aliados, mas como inimigos. Porque não há em nossa história qualquer episódio a esconder. Porque nunca fomos campeões com asterisco. Porque temos imprensa, PM e confederações sujas não do nosso lado, mas como adversários a enfrentar.

Ao final dos 90 minutos, deixamos a cancha municipal com a certeza de dever cumprido. Lutamos a guerra que nos cabia. Fomos à cancha municipal não movidos pelo oportunismo sujo de quem queria contemplar um título para o qual pouco ou nada fez, mas pela obstinação de quem queria defender a própria honra em uma batalha improvável. Fomos não esperando uma conquista fácil, mas sabedores de que todo o nosso esforço provavelmente não resultaria em nada. Mas o Palmeiras foi a campo e nós vamos atrás dele.

Viemos a pé e assim voltamos para casa. Cabeça erguida. Vencemos. E enquanto oportunista de decisão vai sumir agora para só voltar daqui a um ano, já estamos pensando nas próximas batalhas.

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Depois de lutar mais um ano inteiro, acabei não conseguindo entregar a vocês, que lutaram comigo o tempo todo, um texto à altura. Peço desculpas. Fico tentando extrair o sentimento de dentro, em primeira pessoa, mas foi preciso que alguém de fora conseguisse encontrar, na terceira pessoa, as palavras que melhor traduzem a nossa luta. Deixo-os com o amigo Gabriel Uchida, do inestimável Foto Torcida, que acompanhou a caravana palestrina do início ao fim:



"... não esqueço o valor de um verdadeiro guerreiro. Um não, na verdade eram quase dois mil. Um pequeno mas poderoso exército que marchou até as terras inimigas mesmo sabendo que estaria cercado, em minoria e que os louros da vitória estavam nas mãos do inimigo. Guerreiros que marcharam de cabeça erguida pela honra de um clube e de seu povo. Guerreiros que mesmo torturados por um ano inteiro, mesmo vexame após vexame, jamais pararam de lutar. Nas últimas batalhas o palmeirense foi abatido, foi traído, viu o sangue de seus irmãos escorrer no inferno chamado Presidente Prudente, mas nunca deixou de vestir o manto e ir para o campo de batalha. Os palestrinos que entregaram corpo, alma e coração no Pacaembu não são campeões, mas entraram para a história. Mais do que este elenco capenga, eles serão eternamente lembrados como os guerreiros da batalha final de 2011, os mártires que lutaram por uma nação inteira."
Obrigado, Uchida!

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Aos idiotas boçais de sofá que compartilham cretinices de redes sociais e que só se interessam por futebol algumas poucas vezes por ano: vocês são oportunistas sujos e merecem ser tratados como tal. Um texto mais completo virá em breve.

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TORCEDOR É AQUELE QUE GIRA A CATRACA!



_Sobre o trabalho da PM: muito bom fora do estádio e terrível da catraca para dentro.

_Deixamos (quase todos os 1.800) a Turiassu por volta de 14h30. A caminhada seguiu pelo melhor caminho possível, sem avistar quase ninguém do outro lado: Sumaré fechada, Cardoso de Almeida idem e todo o caminho por baixo do Araçá isolado pela escolta. O mesmo aconteceu na volta, assim que acabou o jogo. Não houve um contratempo sequer nos dois trajetos, apesar do clima de tensão. Chegamos ainda bem cedo ao Palestra.

_No entanto, o que não faltou do lado de dentro foram bombas. De um lado e de outro. Elas voaram antes do jogo do tobogã para o lilás e durante o jogo do lilás em direção à numerada.

_A divisão entre as torcidas foi adequada: considerando o entorno do Pacaembu, não poderia haver espaço maior para a gente mesmo.

_Óleo diesel na descida foi novidade. E eu gostei da ideia. Porque, afinal, o que eu espero quando sou visitante é isso mesmo: tratamento de inimigo.

_Os dois bandeirões que subiram no tobogã não eram da torcida, mas de empresas. Um enaltecia uma porra de uma campanha que planta árvores - ou qualquer merda do tipo; outro era daquela tal fornecedora de material esportivo que nunca chegara a ser adidas. Bandeirão de empresa? Ah, foi-se o tempo em que isso era exclusividade do Fluminense...

_Pior que esses dois, no entanto, foi o bandeirão que subiu no setor oposto ao lilás. "A Copa começa aqui"? Sério? Aqui onde? Ah, no estádio que será construído com dinheiro tungado do povo? E vocês, putos de merda oportunistas, ainda querem se vangloriar de terem vendido a alma, é isso?

_A tentativa de fazer um mosaico com faixas verticais merece três comentários: (1) pra fazer isso de maneira correta, é preciso ter experiência prévia; (2) a atitude de baixar as faixas tão rapidamente só serviu para evidenciar o medo do outro lado; (3) imaginem os senhores se a Mancha seria autorizada a entrar no estádio com algum material que tivesse uma mensagem de provocação à torcida adversária...

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_Parabéns ao Vasco pela grande campanha!

_Enfiem os pontos corridos no cu! Quem defende este sistema de disputa abjeto acaba de compactuar com um campeão que só chegou ao título porque largou com 28 pontos em 30 no momento em que todos os outros clubes disputavam alguma coisa que não o Brasileiro. Parabéns aos responsáveis.

02 dezembro 2011

1.800 guerreiros, uma nação


"Vistamos o mesmo Manto Verde daqui até domingo; entremos no Pacaembu fedidos, bem alimentados, com mancha de molho na camisa: eles tremerão"
Seo Cruz, dias antes da guerra

Domingo, 04.12.2011. Seremos 1.800 guerreiros de alma verde na cancha municipal. Todos prontos para a guerra. À enorme nação palestrina que ficará do lado de fora, deixo a garantia de que lutaremos por vocês. Seremos a voz dos muitos milhões que gostariam de estar naquele pequeno espaço de arquibancada em meio às fileiras inimigas. Seremos poucos e bons, e lutaremos até o fim. Pela honra alviverde. Pela nossa camisa. Pela história. Pelo futebol.

A história pesa, senhores. A história nos precede, nos apresenta e nos fortalece. A história vai a campo. A história joga. A história decide. Quando surgir no gramado o alviverde imponente, junto estarão as grandes vitórias conquistadas em quase um século de história. Elas também jogam.

1.800 guerreiros de alma verde. Seremos os representantes de toda uma nação. Em alma, em espírito e na voz que haverá de se fazer ouvir na cancha municipal. Seguiremos juntos, desde a nossa casa até o Pacaembu. A pé. E assim voltaremos para a casa que construímos e que simboliza a nossa história.

Aos 11 que vão a campo, só um pedido: "Que honrem a camisa e lutem sem parar". Nós lutaremos juntos!

Domingo temos uma guerra! À batalha, guerreiros!



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A matemática joga contra. A lógica também. De certo modo, até a história. E sim, é tudo muito difícil. Mas o que importa para a nação palestrina é cumprir o papel que nos foi designado. Lutaremos. Que aconteça (em SP e no Rio) o que tiver de acontecer.

01 dezembro 2011

Sobre emoção e justiça

Da Folha de S.Paulo às emissoras de TV e do Juquinha ao site da CBF, vagabundos de todos os lados resolveram que era o momento de associar em uma mesma frase “emoção” e “pontos corridos”. Ah, nem comecem, seus pulhas. Porque o argumento que sempre pautou a tese dos defensores dos pontos corridos é o da “justiça” e nem ele para em pé.

Emoção, caros defensores dos pontos corridos, só existe em final, um contra o outro, olho no olho, jogos lá e cá. Emoção só existe em confrontos que ficam para a história, com gols decisivos, com heróis e vilões, com toda a atenção voltada para um único duelo. Emoção só existe quando você supera o seu adversário em dois jogos, quando mostra ser melhor no confronto direto, quando vence a batalha dentro de campo – e não fora dele.

Portanto, pulhas, limitem-se ao frágil argumento da “justiça”, porque “emoção”, definitivamente, não tem nada a ver com a aberração de 38 longas, modorrentas e intermináveis rodadas que vocês criaram. E quando me uso a palavra “frágil” para me referir ao argumento da “justiça dos pontos corridos”, me refiro a dois fatores: (1) o futebol não tem de ser justo, mas sim emocionante; e (2) essa tal justiça é bastante questionável, conforme abaixo:

_É justo o SCCP poder mandar o último clássico do ano no "seu" estádio e o Vasco não?

_É justo um campeão acontecer devido ao resultado das 10 primeiras rodadas, quando todos os outros estavam preocupados com outras competições? Cadê a tal história da regularidade?

_É justo que certos clubes não possam exercer o seu mando de campo na última rodada devido à imposição da CBF?

_É justo que alguns times enfrentem um adversário com o time titular e outros, o reserva?

_É justo que alguns clubes tenham o benefício da inversão de mando em determinadas rodadas e outros não?

São só algumas entre muitas perguntas possíveis. Elas servem para desmontar o já inaceitável argumento da "justiça". Que não me venham, portanto, os idiotas da objetividade querer falar em "emoção" se são eles próprios os responsáveis pelo crime de acabar com as finais de campeonato, com os gols do título, com os heróis e vilões, com as grandes histórias do futebol brasileiro.

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Por fim, deixo-os com alguns dos posts que eu já escrevi sobre essa aberração chamada Campeonato Brasileiro de pontos corridos:

A justiça dos pontos corridos (12.11.2011)



Um foda-se para os pontos corridos! (21.11.2010)




Mais uma mentira no site da CBF. Que pataquada!