09 maio 2010

Vai ser isso aí...

Tomemos por base os últimos oito jogos do Palmeiras no estádio Palestra Itália, de março até agora. Os adversários foram os seguintes: Santo André/SP (1-3), Ponte Preta/SP (0-2), Mirassol/SP (1-1), Paysandu/PA (1-0), Oeste/SP (0-0), Atlético/PR (1-0), Atlético/GO (1-0) e Vitória/BA (1-0). Como se vê, não recebemos NENHUM time grande nesse período. Foram todos pequenos, alguns insignificantes até. Em oito jogos, no entanto, o Palmeiras marcou apenas sete gols - menos de um por partida.

Ok, é bem verdade que não fomos vazados nos último cinco duelos, o que denota certa evolução defensiva, mas o pífio desempenho ofensivo não se pode perdoar em se tratando do nível dos adversários - dá pra aceitar um Palmeiras incapaz de marcar mais de um gol durante oito jogos seguidos na sua casa?

É isso, palestrinos, o que nos espera. A primeira rodada, com o quinto pênalti perdido na sequência, futebol fraco, chuva e pressão da torcida, evidenciou o que devemos esperar das próximas 37 enfadonhas rodadas deste campeonato de pontos corridos. Vai ser isso aí mesmo...

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Mais triste ainda é a constatação, inevitável a essa altura, de que a verdadeira despedida que tivemos de nossa casa se deu ontem. Sim, porque o jogo do próximo dia 22 virá repleto de ações de marketing e já será anunciado com toda a pompa e circunstância de um adeus, o que diminiu o caráter de proximidade e de familiaridade que temos com a nossa casa. Temos duas semanas ainda e só mais um jogo. Mas a despedida, a chuva nos queria fazer acreditar, se deu ontem mesmo. O dia 22 será apenas a formalização de algo que não deveria acontecer nunca.

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E NÃO É QUE FUNCIONOU?

É tão característica a incompetência do Palmeiras para vender ingressos e prestar um atendimento correto ao torcedor que ontem, ao entrar no jogo pelo acesso exclusivos para sócios e com o cartão pré-pago, todos nos surpreendemos com o fato de ter dado certo. Era inevitável então que, ao passar pela catraca e entrar no estádio, cada um de nós soltasse a mesma frase: "E não é que funcionou?".

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"Febre de bola", página 214:

"O que imagino que aconteceria comigo se eu não fosse a Higubury certa noite e perdesse um jogo que talvez fosse crucial no resultado final da disputa do campeonato, mas que dificilmente prometeria um espetáculo imperdível? A resposta, acho eu, é esta: tenho medo de no jogo seguinte, o que vier depois do que eu perder, não conseguir entender alguma coisa que esteja acontecendo, como um refrão qualquer ou a antipatia do público para com um dos jogadores; pois assim o lugar que eu mais conheço no mundo, o único local fora da minha própria casa onde sinto que me encaixo absoluta e inquestionavelmente, terá se tornado alienígena para mim. Perdi o jogo contra o Coventry em 1989, mas estava no exterior na época. E embora a primeira dessas ausências tenha parecido estranha, o fato de estar a várias centenas de quilômetros do estádio aliviou o pânico e tornou-o tolerável; a única vez que já estivera em outro bairro de Londres enquanto o Arsenal jogava em casa (eu estava na fila dos ingressos para o Skytrain de Freddie Laker em Victoria quando derrotamos o QPR por 5 a 1 em setembro de 1978, e minha lembrança tanto do placar quanto do adversário é bastante significativa), senti um nervosismo desconfortável."

7 comentários:

Néspoli disse...

Caro Rodrigo é triste perceber o que nos espera,não tenho nada mais a acrescentar ao que vc já disse.

Agora quanto a despedida do Palestra, que tb concordo não deveria acontecer, não acho que foi ontem, pelo menos não pra mim. Farei a despedida da nossa casa dia 22 e muito triste. Estarei cagando e andando para as tais ações de marketing.
Farei do meu jeito, comprarei um ingresso do maldito setor VISA pois foi de lá, daquele espaço, que nos tomaram, que aprendi assistir os jogos do Palmeiras. Escrevo isso com lágrimas nos olhos, pois esse jogo queria assistir ao lado dos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado na arquibancada, mas estarei lá em pé e encostado no muro que nos roubaram, descerei ao túnel e ficarei procurando por meus amigos que sempre encontrava na hora do intervalo (dificilmente nesse dia os encontrarei) e depois ficarei sentado no chão até chegar a hora de assistir o segundo tempo. E só sairei quando os PM´s me mandarem pra fora como era na época que assistia os jogos do meio campo...
Talvez sozinho seja até melhor assistir esse jogo que considero o enterro de mais uma parte da nossa história.

Espero só que nossos dirigentes tenham um pouco de sensibilidade nessa hora e não façam como fizeram ao destruir os azulejos que ficavam na porta da entrada do clube com as inscrições "Estádio Palestra Italia".

É isso, não consigo mais escrever nada sobre esse assunto, já que dessa vez diferente daquele jogo contra o Botaqfogo/RJ parece ser definitivo mesmo.

Abs

Néspoli

Anônimo disse...

mto bom esse post do febre de bola

Craudio disse...

Cara, nesse domingo saí com a mesma perspectiva do Pacaembu. Serão oito meses de testes para nossa paciência, tanto dessa fórmula ridícula dos pontos corridos quanto dos vagabundos que infestam os times de futebol, em todos os níveis.

Vendo que não conseguem nos tirar da arquibancada, eles resolvem tornar o negócio cada vez mais chato. Como se fosse assim...

No mais, acho realmente triste que o estádio de vocês vai sofrer esse assassinato. É mais um golpe baixo no futebol decente.

Rogerio B. disse...

Fizemos, eu e o Araga, o mesmo comentário no sábado: Ih! Funcionou !

Rodrigo Barneschi disse...

Néspoli,

Juro que não tinha pensado nessa sua ideia de assistir ao jogo do nosso lugar (hoje ocupado pelos pilantras do Visa), mas entendo que, no fim das contas, pesa mais a atitude de 'estar na arquibancada', que é o nosso lugar pra sempre.

Vai ser um dos dias mais tristes da minha vida. Eu esperava nunca passar por isso, mas ele vai chegar.

Abraços

Daniel disse...

qto vai ser o ingresso de bancada pro jogo x o gremio?????

Rodrigo Barneschi disse...

Cara,

Só vamos saber isso na semana anterior ao jogo. O que dizem por enquanto é especulação, nada além disso.

Abraços