30 julho 2009

Tudo a seu tempo

Liderança iminente, vitória recente sobre o maior rival, estréia de treinador, jogo contra um carioca, o craque do time com a camisa 100, adversário na zona do rebaixamento, sintonia entre torcedores e jogadores, expectativa de casa cheia. Muitos fatores poderiam ter jogado o Palmeiras x Fluminense de ontem naquele perigoso clima de oba-oba, de festa antecipada, de já-ganhou. Mas qualquer um com um mínimo de vivência na arquibancada haveria de saber que teríamos um jogo dificílimo pela frente, daqueles que invariavelmente tomam pontos preciosos dentro de casa.

E foi então que veio a chuva, forte durante todo o dia. Chuva que caiu para molhar o gramado, complicar o trânsito e, o importante de tudo, afastar do estádio aqueles que vão atrás de espetáculo e de satisfações momentâneas. Chuva que, aliada ao obsceno horário das 21h50, afastou do Palestra todos aqueles ditos torcedores que não sabem fazer outra coisa que não conturbar o ambiente.

Se mais de 20 mil pessoas eram esperadas para a estréia de Muricy, a chuva e o horário trataram de afastar aquela gordura que não contribui com nada. 16 mil fomos ao Palestra fazer o que se espera do torcedor: apoio incondicional. Fomos para cantar o nome do time, dos jogadores, do treinador. Antes fosse sempre assim, sem clima de festa, sem afetações, sem presepadas.

O que tivemos foi um jogo duríssimo, mais um. E o gol só poderia mesmo sair à base de individualidades, com passe preciso de Cleiton Xavier e finalização de Diego Souza, ontem o DS100. 1 a 0 (deveria ser sempre assim), estréia vitoriosa de Muricy e a liderança momentânea. Só faltou ser um gol de carrinho, ainda sob chuva, com o campo enlameado e a dramaticidade que se exige de uma vitória pelo placar mínimo.

À torcida, fica o recado: precisamos controlar a ansiedade e não entrar no clima de festa. Aos nossos dirigentes e aos empresários e investidores da parceira, a mensagem é outra: se tiverem a decência de não vender o nosso camisa 7 agora, todos vamos ganhar mais à frente. Tudo a seu tempo; basta controlar a ganância e não mexer no que está dando certo. Bom será se tiverem aprendido a lição com erros de um passado bem recente.

27 julho 2009

Massacre alviverde



É preciso dar às coisas o peso que elas têm, e a mais recente vitória palmeirense sobre o seu maior rival foi isso mesmo: um massacre.

Porque parecia, vez ou outra, que tínhamos só uma equipe dentro de campo. Porque vieram os três gols e mais duas bolas foram parar no fundo da rede, todas saídas dos pés do renegado e desacreditado Obina*. É dessas coisas que só acontecem em um Palmeiras x Corinthians. E foi um massacre também porque tivemos uma bola na trave, outros tantos lances perigosos e um controle do jogo que não é exatamente comum na história do clássico.

Poderíamos parar nisso, ficando a supremacia restrita ao que aconteceu dentro de campo, à ampliação da vantagem histórica ou ao recente tabu que é ainda mais notável pela ausência de gols do SCCP e pelas vitórias quase sempre contundentes. Poderia. Mas houve ainda o massacre na arquibancada (no bom sentido).




Assim como em 2004, quando também houve uma disputa prévia entre as torcidas, vencemos novamente. Mas desta vez houve mesmo um massacre, um pouco pelo que fizemos e outro tanto pelo que deixaram de fazer os nossos rivais. Parecia que eles nem estavam muito preocupados, visto que a Mancha até poupou algumas surpresas no segundo tempo.



Festa bonita mesmo, e as imagens contam mais do que qualquer descrição que eu possa fazer. Foi realmente uma tarde inesquecível, ainda que sob chuva fina e mesmo respirando os ares nada convidativos da maldita Presidente Prudente. Pois é, volto ao tema porque a escolha desta cidade revelou-se novamente equivocada e porque eu tomei isso como questão de honra. Virou um princípio, e eu vou insistir o tanto quanto puder.

Fato é, meus caros, que tivemos ontem menos de 30 mil pagantes no Prudentão, público que caberia com folga no Pacaembu e que, vejam só, é pouco superior ao que podemos receber no Palestra Itália. Teve o Palmeiras, por conta de problemas com o precário aeroporto local, de viajar 600km de ônibus. Sorte igual não tiveram alguns amigos meus, que passaram o final de semana voando por três estados diferentes, saindo de São Paulo e passando a noite no Paraná antes de chegar àquele inóspito município quase no Mato Grosso do Sul.

Presidente Prudente é uma localidade, digamos, pouco privilegiada em termos de logística, e eu já nem sei responder se é pior chegar até lá de avião (como fui no Paulista) ou de carro (como ontem). Se por um lado perde-se um dia inteiro na estrada e as condições viárias deixam a desejar, por outro os vôos têm preços elevados e horários esdrúxulos. E, numa dessas, a cidade pode ficar sem teto. O esforço, que beira a insanidade, só é válido mesmo porque o Palmeiras vai a campo. Vale a pena, repito, mas não é justo.

Assim, volto a pedir aos dirigentes dos dois clubes, em especial aos do Palmeiras, o mandante do próximo jogo: respeitem a história do clássico, por favor! Respeitem as duas torcidas! Respeitem a cidade de São Paulo! Chega de Presidente Prudente!



***

*Aproveito o momento para pedir desculpas: se não acreditei lá atrás na contratação de Obina e se até mesmo protestei (embora não aqui) contra a decisão da diretoria palmeirense, eis que ontem ele calou a minha boca. E se tanto pude comemorar na arquibancada do Prudentão, é justo agora reconhecer o meu erro e agradecer a Obina e à nossa diretoria. Obrigado!

*Tinha água potável ontem em Prudente, talvez em resposta à reclamação que eu fiz aqui antes do jogo. A R$ 3, é bem verdade, mas tinha. Acontece que sobrou água caindo do céu e aí a pintura da arquibancada, bastante recente e sabe-se lá com que tipo de produto, espalhou-se por todos os cantos, deixando tênis, calças e camisas com as cores azuis (do nosso lado) ou amarela (do lado dos caras).

*Registro também o meu agradecimento a Jorginho, que teria encerrado sua participação de maneira invicta se não fosse pela interferência do pobre diabo que apitou o jogo da última quarta. Valeu, Jorginho! Seja bem-vindo, Muricy!

*Que falta fazem as bandeiras...


25 julho 2009

E os nossos interesses?

A Federação Paulista de Futebol, nós todos sabemos, é uma das responsáveis por Palmeiras e Corinthians terem de se enfrentar não na cidade a que pertencem, mas na longínqua e inóspita Presidente Prudente. Isso não se contesta, tanto quanto o fato de a FPF não fazer nada de útil pelo torcedor de futebol já há muitos anos, desde talvez os tempos de Farah, logo o sujeito que dá nome ao estádio deste nada aprazível município.

Escrevo tudo isso porque o Painel FC de hoje traz enfim uma boa notícia para as torcidas dos grandes clubes paulistas. Duas notas:

Pedra no caminho. O plano do Corinthians de mandar um de seus jogos em Cuiabá esbarra na FPF. A entidade afirma que nenhum clube filiado está autorizado a jogar fora do Estado de São Paulo. E informa que isso inclui a equipe do Parque São Jorge.

Efeito colateral. Ao ouvir que o Corinthians poderia jogar fora de SP, cartolas do Santo André questionaram qual a diferença entre os dois. Lembram que tiveram vetada pela FPF partida no Sul.

Pois bem, a notícia atende de imediato aos interesses da torcida rival, mas é boa também para nós e para o SPFC, porque assegura que o Santo André não consiga vender para cidades de outros estados o mando de campo contra os times do Trio de Ferro
. Assim sendo, é pouco provável que tenhamos de viajar até Londrina/PR. Talvez, se tiver um pouco de vergonha na cara, o time do ABC resolva exercer o seu direito no Bruno José Daniel e não em qualquer estádio por aí em troca de alguns trocados.

A interferência da FPF, enfim benéfica ao torcedor, garante também que prefeitos oportunistas (só de outros estados, infelizmente) não voltem a encher o saco com esse tipo de proposta.

O que eu lamento apenas é que não exista ninguém no futebol brasileiro com força suficiente para combater os desmandos da emissora que detém os direitos de transmissão dos campeonatos disputados no Brasil. Porque ela voltou a aprontar nesta semana, transferindo Atlético/MG x Palmeiras de 09/08 (domingo, às 16h) para 12/08 (quarta-feira, às 21h50).

Assim, quem tinha comprado as passagens aéreas para acompanhar este duelo no final de semana terá agora de desfazer toda a operação e muito provavelmente vai perder a chance de ver o Palmeiras enfrentando o Galo no Mineirão. Tudo em nome, é claro, da tal "adequação à grade de transmissão". E foda-se o torcedor de verdade. É uma palhaçada sem limites...
***

Muricy chegou e mandou bem. É evidente o desconforto inicial, mas o seu pedido ("Não vendam Diego Souza!") é o que gostaríamos de ouvir.


***

Seguimos amanhã de madrugada para Prudente. Ao contrário do jogo do Paulistão, quando fui de avião, vamos agora de carro. Longa viagem até outro estado, estradas sem fim, tudo muito cansativo, mas o sacrifício é sempre válido pelo Palmeiras. Como devo chegar de volta a SP apenas na madrugada de domingo para segunda e aí o trabalho me chama logo cedo, este blog vai ficar sem atualização, qualquer que seja o resultado do clássico, até segunda-feira à noite.

FORZA PALESTRA!

24 julho 2009

Chega de ladrões

“O Palmeiras foi assaltado pelo senhor Roman. Vou fazer um protesto sério contra a arbitragem. O cara não vai apitar mais jogos do Palmeiras. Não vai mesmo”.

Assim reagiu o professor Belluzzo à atuação do sujeito que apitou o jogo do Serra Dourada.

É um começo, pois o palmeirense sente falta (como reflexo de tempos inglórios em seu comando) de posturas mais enérgicas. Mas é preciso ir além. Não cabe aqui eu dizer quais seriam as minhas medidas se estivesse em igual posição, até porque elas provavelmente me levariam a deixar o cargo logo depois.

O que não se contesta é que o palmeirense não agüenta mais ser roubado.
Não dá nem pra dizer que chegamos ao limite; esse ponto já ficou lá atrás, em uma das tantas vezes em que vimos o nosso time ser assaltado dentro de casa. Mas os roubos continuam acontecendo. Tanto é assim que sete pontos já se perderam em "erros" da arbitragem apenas neste início de Brasileiro. Sete pontos!

Algo precisa mudar. A postura mais firme do nosso presidente é um bom indício, mas é preciso que as coisas aconteçam na prática e não só no discurso. Não dá para aceitar que o sujeito deixe o gramado na quarta sem no mínimo uma pressão mais forte - a meu ver, ainda seria pouco. Não dá!


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MADUREIRA: TUDO, MENOS TÉCNICO

O Madureira dos nossos dias é um pouco de tudo: professor e dono de instituto, comentarista esportivo (dos jogos do próprio time, vejam só), jogador de pôquer, canalha e... político. Só não é técnico de futebol. A vocação para a política é recente e surgiu no noticiário aos poucos, primeiro na coluna da Mônica Bergamo, depois em declarações isoladas e, por fim, em suas entrevistas da última semana, quando ele assumiu o time da Baixada.

Acontece que a revista Placar traz na edição de agosto (que chegou hoje para os assinantes) uma reportagem bastante oportuna sobre o político Madureira. O texto está abaixo (eu fiz questão de escanear) e mostra que a pouca disposição para o trabalho demonstrada nesta última passagem pelo Palmeiras não tinha a ver apenas com as madrugadas de jogatina. Aos poucos, o candidato a senador era cada vez mais presente na doentia mente do nosso ex-treinador. Foi aí que dissemos adeus à Libertadores.




Para fechar, um brinde, também da Placar:

23 julho 2009

Cartão de visitas

Nem bem chegou ao Palestra e Muricy Ramalho já foi apresentado àquela que pode ser a sua principal dificuldade no novo cargo: os erros (???) de arbitragem. O cartão de visitas veio em dose dupla e sem muita cerimônia. Dois erros, três pontos roubados e um prejuízo que pode se fazer notar lá em dezembro.

Assim que assumir o Palmeiras, é bom que o novo treinador seja avisado – se é que ainda não percebeu – que estará à frente do time mais roubado entre todos os grandes do país. Simples e direto assim. Talvez devesse vir até no seu contrato de trabalho.

É necessário que isso seja dito com todas as letras, pois Muricy, acostumado às regalias de um clube constantemente ajudado pela arbitragem, precisa se acostumar à nova realidade, em que os pobres diabos que vestem preto são inimigos incansáveis.

Vai ser preciso muito trabalho no Palestra. Se antes os pontos caíam do céu e os erros favoreciam sempre o lado dele, agora a situação se inverteu. Nada vem de graça, a sorte não vai muito com a nossa cara e os erros acontecem sempre contra a gente.

Há de ser coincidência, dirão uns e outros. Não é. E o quanto antes Muricy entender o novo cenário, mais chances teremos de fazer aquilo a que estamos historicamente acostumados: lutar e chegar às conquistas pelos nossos próprios méritos, contra tudo e contra todos. Sim, é mais difícil. Mas é mais digno e foi assim que construímos a nossa história.

***

*Quando é que os clubes brasileiros vão tomar vergonha na cara e rebaixar este time insignificante que é o Goiás?

*O Serra Dourada não nos deixa mentir: é outro estádio ingrato para as nossas pretensões, quaisquer que sejam elas.

*Tanto não foi pênalti que até o gagá narrador da Bandeirantes - que me faz sentir vergonha alheia, com seus comentários esclerosados - conseguiu perceber, sem a necessidade de replay, que Wendel pegou a bola e nada mais. Um crime, um crime.

21 julho 2009

A era do trabalho

Com a chegada de Muricy, começa no Palmeiras uma fase de muito trabalho. Se perdemos o último ano e meio com um impostor que passava as noites jogando pôquer para depois fingir que treinava o time, temos agora um treinador de verdade. Pode não ter a genialidade de um Felipão ou um de um Luxemburgo dos anos 90, mas é trabalhador - e é disso que precisamos. De alguém que treine com afinco, que conserte as falhas da defesa, que empreste ao time um padrão tático que inexistia com o Madureira. E que trabalhe para tirar desse grupo de jogadores tudo o que eles podem dar. Vamos com fé!

20 julho 2009

O clássico no exílio

Eu cresci ouvindo que a cidade parava em dia de Palmeiras x Corinthians. Nada mais justo. Já com idade suficiente, passei a viver o clássico na sua plenitude e então percebi que ele realmente tinha o poder de parar a cidade. E não se trata de uma qualquer, mas logo desta metrópole sem limites em que vivemos. Não é pouca coisa, mas Palmeiras x Corinthians é grande assim e mais um pouco.

Acontece que a nossa cidade vai ficar sem parar por até dois anos, o exílio que será imposto pelos dirigentes de Palmeiras, SCCP e FPF, nesta ordem de contribuição efetiva. Dois anos! O que pára agora não é mais São Paulo, a terceira maior cidade do mundo. O que pára é uma cidadezinha de merda que sequer pertence ao nosso estado.

Sim, senhores, Presidente Prudente parece ser a nova sede do maior clássico do país. Sabe-se lá por que diabos existe um estádio de grandes proporções naquele fim de mundo, mas o fato é que o prefeito local decidiu que pode comprar o clássico assim sem mais nem menos. Não uma, mas três vezes. Pior: nossos dirigentes aceitaram vender o clássico.

Numa boa: pro inferno todos os demais responsáveis por terem novamente tirado o clássico da capital paulista! Pro inferno!


E não me venham dizer que temos torcida lá, que o povo do interior merece o clássico e o cazzo. Foda-se! Palmeiras e Corinthians têm suas casas e suas torcidas em São Paulo e isso deve ser respeitado. Se uma meia dúzia me obriga a perder um fim de semana e ainda mais dinheiro para fazer uma viagem estúpida até outro estado, é justo então que eu os mande para o inferno.

Sim, porque eu sou louco a ponto de fazer esta viagem imbecil novamente e mais quantas vezes forem necessárias para não perder um Palmeiras x Corinthians. Já são 12 anos indo a todos os clássicos e não vai ser por obra de certos dirigentes que eu vou deixar de incentivar o Palestra contra o maior rival.

Eu vou, eu fico um pouco mais pobre, eu perco grande parte do meu tempo livre. Isso tudo eu assumo. Mas eu espero também que todos os dirigentes assumam a responsabilidade por roubar da cidade de São Paulo um de seus maiores patrimônios.


***

*O Prudentão pode receber 45 mil pessoas. O Pacaembu, que já acomodou igual número – e até mais –, tem capacidade hoje para 37 mil. É uma diferença não tão relevante e que poderia ser compensada com o preço dos ingressos. Mas o principal é que o Pacaembu é o mais agradável campo do país e que o Prudentão é um estádio deslocado em uma cidade que fica a inconcebíveis 560km da capital paulista. Isso basta.

*Se é pra fazer o jogo quase fora do Estado, que seja no Maracanã. Pelo menos seria uma idéia nova e teríamos mais facilidade para chegar até lá, com avião barato, ônibus à vontade e boas estradas daqui até lá. Melhor: em vez do sertão de Prudente, teríamos praia, civilização e uma Cidade Maravilhosa para passar o fim de semana.

*Já que o jogo vai ser lá mesmo, seria bom que os organizadores providenciassem água para o público presente ao estádio. É claro que não teremos desta vez o calor do jogo do Paulista, mas não custa nada – e até rende uns trocados – oferecer água mineral.

*Eu posso ir para Prudente. Fui no jogo do Paulista, vou neste agora e também no jogo do segundo turno. Mas há milhares de palmeirenses e corintianos desta capital que gostariam de ir ao clássico e não podem devido ao exílio de quase dois anos que será imposto por nossos dirigentes. É um crime.

19 julho 2009

7


Diego Souza, o 7 palmeirense, avança pela ponta. Corta um, dois, esconde a bola, tenta nova finta. O 7 adversário, aquele gambazinho mau-caráter, não gosta e, como de costume, esquece que é atleta de Cristo. Perde o controle, toma um rolinho e desce a porrada em Diego Souza. Falta pela ponta direita e um singelo cartão amarelo para o descontrolado gambazinho. Na cobrança, a bola sobra nos pés de Diego Souza, o 7 que dera início à jogada. De primeira, num belo voleio, ele manda para a rede. 1 a 0.

1 a 0. Muitos gols foram perdidos depois disso e o Palmeiras jogou em alguns momentos um futebol envolvente, a exemplo do que acontecera na última quarta-feira no Maracanã. Não que eu dê muito valor a isso, mas de vez em quando, durante esses jogos, eu até me flagrei admirando as trocas de passes e a rapidez do time em tempos sem um técnico surtado e sem um menino mimado com a 9.

Dá gosto ver a entrega deste grupo e nós até merecíamos vencer com mais folga os dois últimos jogos. Mas eu tenho a impressão que foi importante ficar no 1 a 0 ao menos contra os refugos do Santo André. Nem tanto pelo adversário, um time que vende seus mandos de campo, mas sim pelo camisa 7 que eles escolheram.

Porque foi muito evidente que o gambazinho mau-caráter fez a falta no Diego Souza por ter se deixado levar pela pressão da torcida. Pobre coitado. Não deve ter agüentado a marcação cerrada, as vaias, os xingamentos, as ofensas e certas lembranças que devem machucar (“Recordar é viver/ O Marcão acabou com você...”). Aí deu porrada, o gol saiu na falta que ele cometeu e a vitória se consumou assim.

1 a 0. Com a assinatura dos dois camisas 7. Para coroar mais uma atuação monstruosa de Diego Souza, que ganhou ontem uma música nova da torcida (já estava na hora). Para a quarta vitória seguida. Para levar o Palmeiras à liderança temporária. Para mais uma noite de festa no Palestra. E tudo começou com o gambazinho mau-caráter...



***

A MV DE VOLTA
Os 19 mil presentes ao Palestra ontem à noite pudemos notar a diferença que faz a bateria no meio da MV. Com faixas, bandeiras, camisas e instrumentos de volta, a Mancha voltou a fazer o barulho habitual e empurrou o Palmeiras a mais uma vitória. O problema, como dito no post anterior, é que o promotor conseguiu desmobilizar grande parte da nossa força nos jogos decisivos do Paulista e da Libertadores e nos dois clássicos caseiros deste BR-09. Mas estamos de volta...

INGRESSO NA MÃO

Já estão à venda os ingressos para SCCP x Palmeiras, no próximo domingo (26.07), às 16h, em Presidente Prudente/MS. Arquibancada (setor azul, o mesmo do clássico do Paulista) a R$ 30. Os pontos são aqueles da BWA (lembram?). Eu comprei o meu neste sábado mesmo, primeiro dia de vendas. É bom garantir desde agora.

17 julho 2009

Sobre guerreiros e micareteiros

Do Estatuto para o verdadeiro torcedor, artigo 1º: “Futebol não é festa”. Em sendo assim, digo, e isso não vem necessariamente acompanhado de juízo de valor, que mineiros adoram uma festa. O Mineirão lotado normalmente exala um clima festivo que não combina com o futebol. Foi assim em tantas visitas nossas ao Magalhães Pinto: o que era só alegria antes do jogo logo se transforma em silêncio e apatia.

Foi (e eu falo apenas pelas imagens e relatos, já que eu estava no Maracanã) assim na última quarta. Clima de já-ganhou, fogos de artifício, mascotes em campo, governador fazendo campanha pela abertura da Copa-2014 em BH, politicagens, negociatas rolando, camarotes de empresas, a imprensa dando o título como algo certo, o escambau. Faltou pensar no jogo, faltou pensar que futebol é guerra, faltou pensar que havia uma batalha por ser ganha.

Enquanto muitos oportunistas foram ao estádio como quem vai a uma micareta, os “poucos” argentinos foram para a batalha. Muitos foram para assistir a uma festa, e alguns “poucos” foram lutar por uma vitória que parecia improvável. O resultado veio dentro de campo.

Acontece de os micareteiros vencerem de quando em quando – e isso tem sido uma rotina aqui em SP. Mas este blog despreza os oportunistas de estádio, e faz questão de enaltecer os guerreiros, quaisquer que sejam eles. É o caso agora dos torcedores do Estudiantes. É o caso de quase todas as torcidas portenhas.

***

Por falar em guerreiros, temos hoje a informação de que o senhor promotor Paulo Castilho resolveu suspender as proibições impostas às torcidas Mancha Verde, do Palmeiras, e Torcida Jovem, do Santos. De uma só vez e no mesmo dia.

A MV foi punida porque supostamente teria feito uma emboscada a torcedores do Sport, ainda em abril. A TJS, porque seus integrantes agrediram torcedores corintianos em um supermercado de Santos.

A Mancha está punida desde abril; são três meses. A TJS foi punida em 16 de junho, um mês atrás. Os motivos para afastar a facção alvinegra foram explícitos. A alegação para punir a MV foi bastante enigmática.

No entanto, os santistas ficaram proibidos de entrar no estádio por um mês. No caso da Mancha, a punição valeu por mais de três. Foi o suficiente para que ficássemos sem o apoio da arquibancada durante toda a fase decisiva da Libertadores e do Paulistão.

Se há quem duvide das intenções do senhor Paulo Castilho, sugiro agora uma reflexão.

***

Amanhã, com a Mancha de volta e provavelmente sem a chuva da semana passada, é de se esperar um bom público no Palestra. E uma boa vitória. Chego lá bem cedo, por volta de 16h.

16 julho 2009

Vitória em dose dupla


A noite de ontem merecia um texto dos mais inspirados. O Palmeiras encantou, Diego Souza foi monstruoso e o Maracanã é sempre o Maracanã. Fato é que as idéias se multiplicam, mas não irão além disso. O acúmulo de uma noite sem dormir, entre o Maior do Mundo, a madrugada da Lapa e o voo de volta, e dias de trabalho intenso não me permitem dedicar ao blog o tempo que eu gostaria.

É provável também que texto algum pudesse dar conta da alegria e do alívio que sentimos nas cadeiras comuns do Mario Filho. De certa forma, foi como se tivéssemos tirado um pouco do peso da eliminação de Montevideo. Enquanto o Palmeiras passeava na noite carioca, o Estudiantes mostrava que futebol se conquista dentro de campo.

A felicidade foi completa, a nossa vitória ficou ainda maior e eu até esqueci que deveríamos estar ontem não no Maracanã, mas no Mineirão, alentando o Palmeiras na final da Libertadores. Só por um tempo, é verdade, mas a noite carioca ficou ainda melhor com a virada argentina em BH.


Portanto, peço desculpas aos que esperavam algo mais elaborado, mas hoje não vai rolar. O espaço fica aberto para os que quiserem desabafar. Os azuis de MG morreram pela boca; e o que fica de mais relevante é a comparação entre a meia dúzia que foi a La Plata e os milhares que foram a BH. Obrigado, Estudiantes! 

14 julho 2009

"De pendejo te sigo"

Mais um pouco de fútbol argentino, porque lá ainda vive o futebol.

O amigo Júnior indicou hoje um vídeo da torcida do Racing. É a letra mais bonita entre todas as músicas de torcida, mas este vídeo eu ainda não tinha visto:



"De pendejo te sigo
Junto a Racing siempre a todos lados
Nos bancamos la quiebra, un descenso y fuimos alquilados
No me olvido ese dia que una vieja chiflada decía
Que Racing no existía,
que tenía que ser liquidado
Si llenamos nuestra cancha y no jugamos oh oh
Defendimos del remate nuestra sede oh oh
Si la nuestra es una hinchada diferente
No es amarga como la de Independiente oh oh
Los Bosteros, San Lorenzo y las gallinas
Nunca llenaron 2 canchas un mismo dia oh oh
Y a vos Independiente yo te digo
Vos sos amargo y pecho frio
Vos sos amargo y tira tiro"

Cabe dizer ainda que o Racing perdeu o clássico para o seu rival de Avellaneda, o Independiente. Mais ainda: já no final do vídeo, sai um gol dos rojos. E os caras continuam a alentar.

O futebol tem alma na Argentina. A alma que tem feito tanta falta por aqui. E isso se reflete em qualquer um dos times portenhos e também na identificação entre o povo argentino e a sua pátria. E é então que chegamos a este comercial da cerveja Quilmes, pouco depois de a Argentina ser eliminada da Copa/2006:



É...

***

Seguimos amanhã para mais uma batalha no Rio. Parece que a PM vai nos colocar nas cadeiras azuis. É pedir por um confronto de torcidas. Depois não adianta reclamar...

Vamos com fé, direto para o eterno Maracanã!

13 julho 2009

4 a 1, 15 anos atrás

Enquanto tomava chuva e assistia à convincente vitória de sábado, fui novamente tomado por um sentimento comum quando se trata de Palmeiras: nostalgia. Foi então que me lembrei de um outro Palmeiras 4 x 1 Náutico, disputado há 15 anos também no Palestra, mas então em um domingo às 16h e com um clima bem diferente. 

Tínhamos um time mágico, tínhamos um técnico (o mesmo que surtou a ponto de virar o que é hoje), tínhamos ainda um estádio intocado. Tínhamos uma torcida mais unida, tínhamos bandeiras nas arquibancadas, tínhamos festa. Não havia Setor Visa, não havia jogos às 18h30, não havia tanta frescura no futebol. Os campeonatos eram decididos em finais, não havia tanta interferência da TV e os rivais da zona leste, apenas para efeito de comparação, tinham só um título nacional. 

Muita coisa mudou desde então. Tomado pela nostalgia durante o jogo - e já com o 4 a 1 no placar -, deixei de acompanhar o que se passava no campo por alguns minutos. Aí me dei conta da coincidência entre os jogos (até a ordem dos gols foi igual). E enquanto pensava em tudo o que mudou nesses 15 anos, percebi que quase tudo encontrava uma tradução na arquibancada central do Palestra. 

Se houve no sábado apenas alguns gatos pingados dispostos a pagar uma fortuna para sentar em uma cadeirinha, 15 anos atrás, com bandeiras, sem promotores desocupados e sem o Visa no nosso lugar, nós fazíamos isso aqui:

´

Campeonato Brasileiro/1994 
Palmeiras 4 x 1 Náutico/PE 
Palestra Itália, São Paulo/SP
18 de setembro de 1994, domingo, 16h
O esquadrão: Velloso, Claudio (Gustavo), Tonhão, Cléber e Wagner; Sampaio, Paulo Isidoro (Amaral), Zinho e Rivaldo; Edmundo e Evair Técnico: Wanderlei Luxemburgo
Gols: Rivaldo, 14' do 1º; Evair, 28' do 1º; Alex (Náutico), 35' do 1º; Edmundo, 40' do 2º; e Rivaldo, 42' do 2º

Renda: R$ 114.324
Público: 18.102 pagantes

Campanha na 1ª fase do Brasileiro/1994

Palmeiras 4 x 1 Paraná Clube/PE - 13.530
Náutico/PE 1 x 3 Palmeiras - 4.879 
Internacional/RS 0 x 2 Palmeiras - 37.827
Palmeiras 5 x 1 União São João/SP - 6.954
Palmeiras 1 x 0 Fluminense/RJ - 22.243
Fluminense/RJ 1 x 1 Palmeiras - 3.246
União São João/SP 0 x 1 Palmeiras - 11.970
Palmeiras 1 x 0 Internacional/RS - 22.340
Palmeiras 4 x 1 Náutico/PE - 18.102
Paraná Clube/PE 2 x 4 Palmeiras - 42.675

10 julho 2009

Humilhação pública

Confesso que tem faltado disposição para escrever sobre o Palmeiras. Tanto é assim que os posts têm sido menos constantes e já não versam sobre o que faz este blog existir. É fato que o trabalho tem demandado mais do meu tempo, mas não é esta a razão principal. O problema todo é que tenho sido tomado por um sentimento de frustração diante de tanta coisa errada que acontece ao mesmo tempo.

Bem sei que as coisas são mal conduzidas, que sobram incompetentes no nosso Palestra e que a estrutura ainda não foi modificada como deveria. Mas imaginava que as coisas pudessem se transformar aos poucos, e no seu ritmo.

Mas aí até o nosso presidente se precipita, as coisas desandam e ninguém entende mais porra nenhuma. Eu já nem quero saber o que aconteceu. Pouco importa; certo mesmo é que o gigante Palmeiras não merecia ser humilhado em praça pública.

De minha parte, não tenho mais o que escrever. Vou fazer a parte que me cabe, indo a todos jogos (incluindo o de quarta, no Rio), e nada mais.
Mas fico ainda sem entender porque temos de pagar R$ 30 para ver um time sem técnico...

***

Falemos de dois atletas:

Ortigoza
Mostrou a que veio, representou e tinha mesmo de continuar. Se foi por apenas mais três meses, que já comece a nossa diretoria a pensar em mantê-lo ao final deste período.

Diego Souza
Não é preciso ser muito perspicaz para entender o que se passou no episódio da suposta agressão aos três moleques otários da lanchonete. É tudo bastante claro, e eu me contento em fazer um breve comentário: se vagabundo se dispõe a provocar alguém, deve estar preparado para bater ou apanhar. E se, como neste caso, três apanham de um só, o mínimo que se pode esperar é que os sujeitos voltem para casa e aceitem o vexame. Prestar queixa é apenas reconhecer em público o quanto são otários. Boa, Diego!

05 julho 2009

Argentina, onde o futebol vive



Vélez-Huracán, a final do Clausura, teve de tudo um pouco: jogo interrompido por chuva de granizo, gol anulado, pênalti perdido, bola salva sobre a linha, expulsão, gol irregular nos minutos finais, 1 a 0, briga generalizada, técnico quase chorando – e brigando – à beira do campo, atletas se esmurrando no chão, jogador comemorando o título com a testa ensangüentada, torcedores pendurados no alambrado, invasão de campo...



Foi um caos, é verdade. E foi tudo aquilo que se espera de uma final de campeonato. Durante as quase três horas do jogo disputado na tarde deste domingo em Buenos Aires, os argentinos provaram uma vez mais que o futebol vive por lá. E é assim porque não se observam na Argentina as frescuras que vêm tomando conta do futebol brasileiro.

Não há tribunais pilantras, jornalistas hipócritas ou falsos profetas da moral e dos bons costumes. Não há promotores desocupados, procuradores querendo aparecer a qualquer custo ou mesmo dirigentes preocupados em atender às exigências do tal padrão Fifa. Até prova em contrário, os entusiastas da elitização do futebol não têm tanto espaço por lá. E, acima de tudo, não há Copa-2014.

Aí o argentino pode renovar o seu amor pelo esporte, vivendo a emoção do jogo sem limites ou censuras. Vai a campo para alentar seu time, vive uma batalha a cada rodada, participa ativamente de tudo o que acontece dentro das quatro linhas.





Eu torci hoje pelo vice-campeão Huracán, e era mais correto que o título tivesse ficado com o visitante, prejudicado em dose dupla pela arbitragem. Acontece que o futebol às vezes deixa espaço para certas injustiças dentro de campo. A de hoje tem como símbolo a imagem de desolação do treinador do Huracán depois do gol que mudou o campeão. Belíssima cena, a despeito de (ou até por) registrar toda a tragédia de um clube que chega aos 36 anos sem título.

Disso tudo, o que importa é saber que bem perto de nós, logo no país vizinho, o futebol ainda vive. O torcedor se pendura no alambrado, atira objetos no gramado e até invade o campo. E ainda é possível ver um jogador sair na porrada com o adversário e comemorar o título com o sangue escorrendo pela testa.

É, o futebol ainda tem alma...

03 julho 2009

O CQC e o futebol

Eu assisto ao CQC todas as segundas, sem falta. Gosto do humor deles, vejo talento em quase todos os integrantes e, isso posto, até abro uma exceção para a minha resolução de não ver TV aberta. Até por isso, sinto-me à vontade para escrever o que se segue:

A agressão de torcedores do Internacional ao repórter Felipe Andreolli deve ser encarada pela produção do programa como um recado: não se brinca com a paixão de ninguém.

Fato é que os repórteres do CQC vão aos estádios para fazer brincadeiras, provocar situações engraçadas e encontrar humor até onde não existe. E o ponto central é que essa busca não combina com a atmosfera de um jogo decisivo, menos ainda se for cercado de tensão como esta final de Copa do Brasil.

Não estou julgando se é certo ou errado. É como é, e isso precisa ser levado em conta antes de se enviar um repórter para o meio de uma multidão apaixonada e, pior, pronta para entrar numa guerra.

No caso específico do Internacional, é justo considerar o fato de os gaúchos tenderem ao separatismo. Como tal, consideram que um programa produzido em SP vá obrigatoriamente defender o ponto de vista do clube paulista. E há, ainda pior, o agravante das imbecis piadas sobre a preferência sexual dos gaúchos.

Isso posto, era evidente que um repórter do CQC seria agredido no Beira Rio, qualquer que fosse ele e mesmo se não viesse com chacotas. E seria assim em todos os estádios do país em que o futebol é encarado não como festa, mas como algo sério, a exemplo do que temos na frase que estampa a arte deste blog.

Era tão evidente a agressão que qualquer freqüentador habitual de estádios não deve ter estranhado a notícia, logo alçada pela imprensa à condição que se traduz pela adjetivação “Lamentável...”, com críticas ao fanatismo e toda a sorte de clichês.

Peço desculpas aos mais puritanos e até aos falsos arautos da moral e dos bons costumes, mas não vi nada demais nisso tudo. Meu ponto de vista está bem explicado, continuo a gostar do CQC, mas o que ocorreu no Beira Rio era previsível e deve ser levado em conta pela produção do programa.

Em recente visita ao Palestra Itália, minutos antes de um jogo de menor importância, o repórter Rafael Cortez deixou a sede social do clube depois de tomar um banho de cerveja, obra de sócios que já imaginavam o que poderia vir se ele continuasse por ali.

Não passou de brincadeira, mas o recado estava implícito: não se brinca com a paixão de ninguém.

02 julho 2009

Ferida aberta

O Estudiantes fez em La Plata o que teríamos alcançado no Palestra se não tivesse o Madureira inventado o Jumar. Mais: o time argentino foi ao Centenario e, na falta de um, fez logo dois gols. O resultado de tudo é que poderíamos estar agora na final se fosse tomada a tempo a decisão de demitir o Madureira, talvez em uma das tantas vezes em que ele demonstrou "quebra de hierarquia".

Ser eliminado por este fraco time do Nacional era mesmo inadmissível. E aí eu percebo agora que ainda está aberta a ferida de Montevideo. Ontem mesmo, ao saber da classificação dos portenhos, me senti novamente caminhando pelas ruas da fria capital uruguaia, no duro intervalo entre e a eliminação sem derrota e a volta para casa. Enquanto isso, o responsável pelo nosso fracasso continua a encher o bolso de dinheiro e a proclamar a sua insanidade por aí...

01 julho 2009

Um brinde à malandragem

Caiu o Madureira e era isso o que queríamos já há muito tempo. É hora agora de confiar em quem negocia a contratação do novo treinador e a definição, na minha análise, deve acontecer sem atropelos. Por sinal, como este blog não comenta especulações e boatos, é bom falarmos sobre assuntos mais amenos.

É o caso hoje da chegada de Kaká ao Real Madrid. Não tem nada a ver com a linha editorial desta página, é bem verdade, mas as opiniões dos jornais espanhóis Marca e As me levam a escrever sobre o tema:


Marca: "Este virtuoso del balón de 27 años es el más europeo de los brasileños. Alejado del perfil galáctico, es una persona muy familiar cuya vida gira en torno al balón y a la religión. Al contrario que la mayoría de las estrellas de la canarinha, Kaká nació y creció alejado de las favelas, en una familia de clase media alta."

As: “Assim é Kaká, uma estrela do futebol que não sai à noite, não vai a lugar algum sem levar a mulher e festeja seus gols apontando para o céu.”

Pois sim, senhores, isto é Kaká. E eu quero distância dele, dos pilantras evangélicos que ele sustenta, das rodinhas da alta sociedade, das páginas de revistas de celebridades, do escambau.

Deixo em segundo plano até o desprezo pelos preconceituosos textos dos diários espanhóis para celebrar figuras como a de Romário, que é tudo aquilo que Kaká não é. Romário é rei. Romário, Edmundo, Renato Gaúcho... viva a malandragem!

Enquanto os madridistas festejam o ídolo bom moço que veio da alta sociedade, eu passo a considerar Romário cada vez maior. Vou abrir uma Brahma a ele e a todos os outros malandros do futebol brasileiro! E às favelas! E ao Brasil!