29 fevereiro 2008

À VITÓRIA, PALESTRA!



Teremos pela frente mais uma batalha neste domingo. Maior do que se pode supor. É uma final, a primeira do ano, a se julgar pelos resultados obtidos anteriormente e pelos jogo seguintes. A vitória nos coloca em boa situação, muito pela motivação de vencer o clássico. A derrota (ou mesmo um empate) é quase sinônimo de eliminação precoce.

Não que seja preciso buscar motivos para ir ao estádio em TODOS os jogos, mas o cenário supracitado é bastante convidativo, não?

Domingo, 16h. Ingresso a R$ 20. Casa cheia (quase 30 mil entradas foram vendidas só até ontem).

Pode ser o único confronto do ano contra o nosso maior rival. É também o primeiro após o rebaixamento deles, a vingança pela qual todos esperávamos há anos e anos.

Para completar, vamos com o time completo. Um time que, se ainda não rendeu o esperado, é muito superior ao que eles têm. E pode acontecer a qualquer momento.

Não creio que seja necessário escrever algo mais. Aliás, nada do que foi dito me parece essencial.

Basta a constatação de que temos pela frente um Palmeiras x SCCP, o grande clássico desta cidade.

Basta saber que o Palestra vai a campo.

Ainda assim, apenas 7.600 ingressos foram comprados pela nossa torcida (contra 18.700 deles). Pouco, muito pouco.

É bem verdade que os palmeirenses estão habituados a deixar para a última hora. Mas é bom ter em mente que não haverá última hora, ao menos não no estádio.

Portanto, deixo aqui o meu recado, bem particular e sem meias palavras, aos torcedores de estádio. Vale para aquelas centenas de milhares de costumam ir ao campo, mas não para os demais, sofás assumidos, pois a ausência no domingo é coerente. Serve, por exemplo, para os 23 mil que foram ao Palestra no último sábado:

Se não for domingo, é melhor nem aparecer mais.

Não venha mais encher o saco nas horas boas.

À vitória, Palestra!

14h na praça!

28 fevereiro 2008

Libertadores é isso aí!



Calma aí. Não são os torcedores do SPFC que adoram proclamar um suposto amor pela Copa Libertadores sempre que questionados sobre a pífia presença de público em jogos 'menores'? Não são eles que se dizem identificados com o torneio sul-americano? Que dizem nutrir uma paixão sem limites pelo principal embate interclubes do continente?

Mas, afinal, qual é a Libertadores que 'elas' amam?

É esta que a Globo higienizou a partir dos anos 90 ou aquela, tradicional, do sangue no gramado, das pedras atiradas pelos hinchas e do uniforme enlameado?

Ao pedirem a interdição da cancha de Medellín, fica bem claro que nossos inimigos se acostumaram mal e se deixaram levar pela benevolência sem limites de tribunais, juízes, promotores e auditores daqui.

Libertadores é outra história!

Vestiário acanhado, sem água e com cheiro de tinta fresca.

Lama, batalha campal, fumaça.

90 minutos de pressão, alambrado a balançar, cantoria sem fim.

Girardot a tremer, Centenario a intimidar, Avellaneda a alentar.

A Libertadores vive quando um Defensores del Chaco põe fim a um jogo contra o Cruzeiro depois de toneladas de pedras atiradas em direção ao gramado.

O resto é frescura de nego metido a europeu...

***

Na mesma linha, volto a recomendar um texto postado aqui há mais de um ano. Faz todo o sentido.

26 fevereiro 2008

Quanto vale o show?

Os jornais do final de semana deram destaque aos R$ 117 milhões anuais que serão pagos pela Nike para tirar a adidas da camisa da seleção francesa. Repetindo o valor: R$ 117 milhões ao ano. Sabem qual é o problema disso tudo? Simples: a mesma Nike paga, para estampar sua marca na amarelinha do Brasil, a agora irrisória quantia de R$ 24 milhões a cada 12 meses.

R$ 117 mi x R$ 24 mi?

Na comparação com o pentacampeão Brasil, a França, uma Copa do mundo no currículo, receberá uma quantia quase cinco vezes maior.

Vejam bem: é a França, de um campeonato nacional raquítico, e não Itália, Alemanha ou Inglaterra!

A França, que tem 1/3 da população brasileira!

Assim, não resta dúvida de que os R$ 24 mi oferecidos no fechamento do contrato anterior com a CBF são dinheiro de pinga para a tal multinacional esportiva que sonha em um dia ser uma adidas.

E vocês querem melhor exemplo de como o futebol brasileiro vende muito mal os seus produtos?

***

Sei que não tem nada a ver com o assunto acima, mas eu não entendo porque o Botafogo reclama tanto depois da final de domingo...


Afinal, eles ganharam o direito de nunca mais reclamar da arbitragem depois do que aconteceu em 1995.

25 fevereiro 2008

Que tal jogar bola?

Rio Claro e Rio Preto dividem a lanterna do Paulistão. Têm oito pontos em 11 jogos. O segundo ostenta, graças ao empate arrancado sábado no Palestra, uma campanha 0-1-5 como visitante. Cairão, ambos.

Somadas as folhas salariais de um e de outro time, eu duvido que tenhamos um valor que se equipare ao salário do Luxa.

No entanto, em questão de quatro dias, o poderoso Palmeiras, o time da arquibancada a R$ 30, deixou escapar quatro pontos preciosos contra os dois pequenos do interior paulista.

Por sinal, quatro pontos são a exata distância a nos separar do G4 e dos nossos dois maiores rivais.

A campanha atual, 4-4-3, precisa agora de um 6-1-1 para se igualar à de 2007, um 10-5-4 que, no saldo de gols, foi insuficiente para nos levar à fase seguinte.

A julgar pelos números atuais, os 35 pontos do Caio Jr. bastariam.

O problema é: com 16 pontos em 11 jogos, conseguirá este Palmeiras fazer 19 nas 8 partidas restantes para não enfrentar o fracasso de sequer chegar às semifinais do Paulista?

Sobre o vexame de sábado, reclamam por aí que dois pênaltis não foram marcados a nosso favor e que o Madureira foi expulso logo nos primeiros minutos de jogo.

Bom, eu não sei o que disse o nosso treinador e, de onde eu estava, não marcaria pênalti em nenhum dos dois lances.

Aliás, diante do que vimos os 23.033 pagantes na noite de sábado, qualquer reclamação é inócua e improcedente.

Já passou da hora de jogar bola.

Domingo, com ingressos a R$ 20, é GUERRA!

***

Será que o sr. Francisco Campizzi Busico ainda acha justo pagar R$ 30 em um sábado à noite para ver um espetáculo bizarro como aquele?

22 fevereiro 2008

O Palestra só para as elites


Querem acabar com toda essa festa...

Nem todo jornalista esportivo é mal intencionado, ao contrário do que pensam muitos torcedores de arquibancada. Posso garantir que os bons profissionais são a imensa maioria. Um deles, amigo desde a época de colégio que, por coincidência, seguiu a mesma carreira que eu, assina esta matéria.

Hoje setorista do Palmeiras no UOL Esporte, ele reproduz com precisão o histórico que levou os ingressos de arquibancada do Palestra Itália de R$ 10 para R$ 30 (aumento de 200%) em pouco mais de quatro anos, período em que a inflação acumulada (pelo IPCA) no país não ultrapassou a barreira dos 35%.

Como bem observado pelo Carlos, são tempos de vacas-magras. Nenhum título, nenhuma final, só fracassos. E 200% de aumento.

Mais do que isso, ele traz a informação que eu gostaria de apurar se estivesse trabalhando com esportes: R$ 30 é o preço definitivo da arquibancada para 2008.

Argumenta a diretoria que "a cobrança é justa pelos investimentos realizados".

Pois bem, não me lembro de o SCCP ter elevado o preço dos ingressos quando da formação daquele time de 2005. Tampouco de o SPFC ter feito qualquer alteração no valor ao longo destas cinco participações seguidas na Libertadores. Pelo contrário; 'elas' até fazem promoção, cobrando R$ 10 por jogo de título no Brasileiro.

E os R$ 20 deste Paulistão só acontecem para os torcedores de SCCP e SPFC porque é o valor mínimo estipulado por Del Nero e sua corja. Se não fosse assim, é provável que nossos rivais tivessem de pagar
os mesmos R$ 15 do ano passado.

Aí eu pergunto:
como nossos rivais conseguem 'sobreviver' (e bem, ao menos no primeiro caso) com metade do valor que a nossa diretoria quer cobrar agora? Mais até: no caso do Morumbi, o público pagante é muito menor, o que joga a renda para baixo.

Em relação ao argumento de "investimentos realizados", podemos voltar ao quadriênio 1993-1996. O Verdão tinha um time mágico, único, inesquecível. Tudo isso por R$ 6 o jogo, valor que chegou a R$ 10 apenas em 1997. O mesmo se aplicava a SCCP, SPFC e Santos. Querem mais investimento do que o feito naqueles anos?

Aliás, é bom dizer que pagava-se R$ 5 (R$ 3 para estudante) pela arquibancada nas edições de 1998, 1999 e 2000 do Paulistão, com direito a lanche e refrigerante do Farah no intervalo.

Diz Francisco Campizzi Busico (guardem este nome!), diretor-tesoureiro do Palmeiras: "Não há condições de manter a R$ 20 o valor do ingresso popular, pois o nosso custo é maior do que isso. Em todo lugar que vamos jogar, o preço é R$ 30, R$ 40... Infelizmente essa é a realidade do futebol, e pretendemos continuar com esses valores".

É verdade: ávidos pelo lucro com a presença dos grandes, os clubes do interior cobram R$ 30 - ou até mais -, mas apenas nos duelos contra os times de massa
. São estádios pequenos, com lotação garantida; é uma vez por ano e nada mais. Daí a dizer que isso justifica que o torcedor da capital, presente a todos os jogos, tenha de se submeter ao mesmo sacrifício, vai uma longa distância.

Afinal, sr. Busico, quem tira R$ 30 do bolso para ir ao estádio: você ou os teimosos que tivemos de nos deslocar quase 2 mil km só para satisfazer a ganância de buscar trocados no interior?

Por sinal, o próprio Busico admite o prejuízo da infeliz turnê interiorana. Claro, não poderia ser diferente com um público de 12 mil pessoas, a R$ 20, em Rio Preto. Mas, é bom dizer, o ingresso custou R$ 30 em todas as outras cidades (Barueri, Piracicaba e Ribeirão Preto).

Chegamos então a esta frase, do mesmo diretor: "Temos que partir para a modernidade, e tudo que fizemos foi com base em análises técnicas e em pesquisas de mercado. Pelo que buscamos de renda, R$ 30 é o preço a ser cobrado."

Modernidade?

Para este cidadão, o conceito de moderno pressupõe elitização, deixando do lado de fora todos aqueles que não têm condições de investir quase 10% de um salário mínimo em um ingresso 'popular' para um simples jogo do Campeonato Paulista.

Ao dizer tal besteira, ele parece não levar em conta o substancial acréscimo na arrecadação com a inauguração do setor Visa, que elevou para R$ 50 o valor cobrado por cinco mil lugares antes 'populares'.

Sem limites para a ganância, a elitização que temíamos com a criação do setor Visa, no final do ano passado, parece insignificante diante do que fazem agora com a arquibancada, a cada dia menor, menos popular e mais fragmentada.

Se depender de Busico e dos demais canalhas desta diretoria, voltaremos às primeiras décadas do século XX.


O Palestra Itália será todo das elites.

20 fevereiro 2008

Traição consumada

Palmeiras x Rio Preto/SP.
Sábado, 20h30.
Reabertura do Palestra Itália.
Ingresso de arquibancada: R$ 30!!!

Entenda, caro amigo palestrino, que esta é a regra e não a exceção.


Ao fixar em R$ 30 o preço do bilhete mais barato para nossa estréia em casa, a diretoria palmeirense evidencia a traição que já fora ensaiada naquela partida contra o Náutico e na turnê pelo interior. Se antes ficou tudo escondido por trás de uma suposta "falha administrativa", agora nada mais será dito.

Ah, você é um daqueles que proporcionou a média caseira de 17 mil pagantes no último ano, mesmo com um time capenga? Se aventurou a pagar abusivos R$ 20 para ver Max e/ou Rodrigão? Não deixou de ir a um jogo sequer para ver o time fracassar em tudo que disputou?

Então, meu caro, os pilantras, canalhas e gananciosos que estão
à frente da diretoria financeira da Sociedade Esportiva Palmeiras têm um recado a dar: você tem mais é que se foder!

Quer ver o time de 2008?

Que pague R$ 30!


Enquanto isso, os torcedores rivais pagam R$ 20, o preço mínimo estipulado pelo nosso amigo Del Nero. Se não fosse por isso, é bem provável que fosse mantido o preço de 2007: R$ 15, a metade do que pagaremos agora.

DIRETORIA DE TRAIDORES!!!

***

Querem mais notícia ruim? Pois fiquem sabendo que resolveram reinventar aquela jaula das torcidas organizadas. Com o agravante do Setor Visa, o estádio ficou fatiado de vez...

19 fevereiro 2008

Nada pelo torcedor

A aguardada reabertura do estádio Palestra Itália acontecerá no horário determinado pela tabela original, ou seja, sábado, 23, às 20h30.

Consta que a diretoria alviverde tentou antecipar o jogo para 18h10 ou até 16h do mesmo dia. Não conseguiu, pois o pedido foi indeferido pela Federação Paulista de Futebol sob o argumento de que “a grade da emissora de TV já estava elaborada há muito tempo”.

Comentários:

1. É ingenuidade pensar que a solicitação deveu-se a uma súbita preocupação com o bem-estar do torcedor, que será obrigado a prestigiar seu time no incômodo, indecente e inexplicável horário das 20h30 de um sábado. Nada disso. Diz a diretoria do Palmeiras que o objetivo era evitar o encontro com certo evento social que acontece no clube nesta mesma noite;

2. Sobre este evento, seja lá qual for, é bom ressaltar que ele provavelmente já estava programado há tempos. Faltou, portanto, agilidade para propor a alteração com a antecedência necessária;

3. Quer dizer então que a emissora de TV (no caso, o Sportv) não pode mudar a programação agora? Mas, afinal, quantas vezes os horários (e até dias) de jogos já foram modificados na véspera – e até no próprio dia
para atender a interesses escusos? Aí pode, né?

Por fim, será esta a terceira partida do Verdão a ser disputada no abusivo, indigno e acintoso horário das 20h30 de sábado. Por sinal, palestrinos, torcemos pelo único grande a ter este ‘privilégio’.

Mas o que mais me incomoda, mais até do que a constatação de que ninguém faz o menor esforço pelo torcedor, é a total falta de propósito em marcar um jogo para um sábado à noite.

Ou alguém aí conhece um único ser humano que gosta de idéia de ficar em casa no sábado à noite para ver um jogo de futebol no PPV?

Por mais que eu tente ver um lado positivo, não consigo.

Então só posso concluir uma coisa: o horário das 20h30 foi inventado apenas e tão somente para encher o saco do torcedor.

E eles estão conseguindo...


***

RIO CLARO, 4ª, 21h50

É a última viagem distante - depois teremos Jundiaí e Bragança. O que complica é o fato de jogarmos na madrugada de quarta para quinta a quase 200km de casa. Mas vamos lá; ainda tem lugar no carro!

18 fevereiro 2008

De volta para casa



Havia o temor, motivado por relatos sobre a situação do gramado do Palestra, de que teríamos de enfrentar mais um sábado de excursão pelo interior. Mas a ameaça foi desfeita com a constatação de que já estão à venda os ingressos do Setor Visa para Palmeiras x Rio Preto, a partir das 20h30 do próximo sábado - e também para todos os demais jogos em casa até abril. Resta saber se a diretoria será mau-caráter a ponto de colocar os ingressos de arquibancada a extorsivos R$ 30.

17 fevereiro 2008

Como nos anos 90

Começou, palestrinos!!!

A viagem de 660 km entre São Paulo e Ribeirão – e todo o dinheiro gasto nessa brincadeira – foi coroada com o privilégio de acompanhar uma jornada magistral, digna dos bons momentos da década de 90.

De todos os campos visitados nesta turnê pelo interior, o estádio Santa Cruz foi o melhor palco para a apresentação que pode ser o início de um grande time.

Agora, em casa, tudo fica mais fácil...

***

Nos poucos momentos em que não foi massacrado pelo Palmeiras, o Juventus até que levou perigo à meta alviverde na tarde deste sábado. Quando o fez, deu de cara com o São Marcos que todos conhecemos: seguro, arrojado, quase intransponível.

A defesa teve lá seus vacilos, compreensíveis pela falta de entrosamento e compensados com as boas atuações de Élder Granja, cada vez mais confiável, e Leandro. Merece aplausos o camisa 6, até porque eu já me cansei de xingá-lo.

No meio, Léo Lima já não é surpresa. Pelo muito que vi nesta turnê interiorana, já garantiu a sua posição no time. Com justiça, diga-se.

E então chegamos aos grandes destaques da tarde quente de Ribeirão: Diego Souza e Valdívia. O camisa 7, dono de um primeiro tempo primoroso, bem poderia ter saído do Santa Cruz com pelo menos dois outros gols. Assim como El Mago, que encantou com jogadas individuais, tabelas rápidas e até gol de cabeça.

A dupla de armadores começa a acontecer. E o time vai junto.

***

*Além dos amigos de sempre, Luigi e Luiz, deixo aqui o agradecimento especial ao André (TUP Batatais), pela recepção na rodoviária, pelo traslado e pela enorme boa vontade.

*Ainda que tenha problemas de manutenção, o Santa Cruz deixa uma impressão muito boa. Agradável, transmite uma honestidade incomum: foi a primeira vez que cheguei a um estádio do interior uma hora antes do jogo e consegui comprar ingresso de estudante na bilheteria. Fica a lição para os pilantras do Moisés Lucarelli.

*A renda, R$ 536 mil, vai encher os cofres do time do Galuppo. E pensar que a arrecadação em Rio Preto ficou na casa dos R$ 200 mil...


*Quarta é a vez de Rio Claro. Quem vai?

15 fevereiro 2008

Mocinhos e bandidos

Suponhamos que um completo alienado em futebol resolva, de uma hora pra outra, entender do assunto. As fontes são os grandes jornais de SP e alguns sites ou blogs ditos especializados - e sérios. Entre outros, a imprensa deixaria no sujeito os seguintes veredictos:

O tal Denílson é uma farsa. Chega ao Palmeiras depois de anos de ostracismo e tem tudo para fracassar. Gosta da noite, é indisciplinado e vai criar problemas com o grupo e com o técnico. Declarou torcer pelo inimigo e prometeu não comemorar gols contra este rival.

A contrapartida é que ele chega para fazer companhia a Valdívia, outro vilão deste elenco alviverde. O camisa 10 do alviverde não joga nada e, como Denílson, só sabe fazer graça. Para piorar, é estrangeiro. O chileno provoca os adversários, é violento e mau-caráter. Para alguns colegas da imprensa, tem mais é que apanhar.

Por outro lado, há nesta mesma metrópole outros dois clubes grandes a concorrer com o Palmeiras. Um deles é organizado, moderno e inovador como nenhum outro neste país.

Tanto é que trouxe, em mais uma genial estratégia de marketing, um atleta de fama internacional, apelidado Imperador. Adriano, como se sabe, teve lá seus problemas com bebidas, mulheres e noitadas. Tudo compreensível; qualquer um passaria por isso se tivesse a mesma trajetória, das favelas cariocas às tentações da noite de Milano.

Mas isso tudo faz parte do passado; bastou entrar no centro de purificação espiritual mantido pelo clube-modelo para Adriano se transformar em um novo homem. Purificado, teve até uma cabeçada no adversário transformada em mero desentendimento.

Outra contratação genial desta trupe de visionários dirigentes foi a de Carlos Alberto. Conhecido pelos problemas de relacionamento e pela indisciplina em outros clubes, o meia passou pelo mesmo processo de expurgação dos pecados. E aí, divulgou a imprensa, veio a descoberta: Carlos Alberto, coitado, só precisava de carinho...

***

Para deixar bem claro: não dou a mínima para o Denílson. Entendo que a contratação dele é um risco calculado e não deve representar assim grande prejuízo. Mas não pensem que ele pode fazer algo de bom pelo Palmeiras. É fato: ele sempre foi firuleiro e nunca soube fazer gol. Por que agora faria um no SPFC? E, se marcar, que diferença faz se vai ou não comemorar? Enfim, é só mais um a vestir a nossa camisa. E não vai durar muito...

***

Ribeirão Preto, amanhã. A última etapa da turnê pelo interior. Mais uma viagem longa, mais um sábado de estrada, menos dinheiro no bolso. Tudo pelo Palmeiras. Dentro de oito dias, voltaremos à nossa casa!

13 fevereiro 2008

A decadência moral da JP

Houve um tempo em que eu enxergava na rádio Jovem Pan AM um verdadeiro modelo de jornalismo esportivo. Tinha lá meus 11 ou 12 anos e mal podia desconfiar que um dia seria também um jornalista.

A Pan era um referencial naqueles tempos pré-TV a cabo e pré-jogos-depois-da-novela.

Milton Neves, à época apenas âncora de estúdio, ainda não pensava ser um deus da mídia. Com o talento que lhe é inegável, fazia até a função de plantão esportivo. E eu sinceramente preferia os tempos em que apenas conhecia a sua voz.

Flavio Prado, vejam só, não era o idiota que é hoje. Eu, confesso, até gostava de suas análises, muito porque ele não havia ainda assumido a faceta de jornalismo panfletário contra as torcidas organizadas. E, ajuda muito, ele ia aos estádios, coisa que não faz hoje em dia. Comentarista de estúdio? Ah, faça-me o favor...

Além deles, havia ainda uma boa equipe de repórteres, narradores aceitáveis, comentaristas idem. Tudo muito entrosado, o que fazia da JP a melhor opção para os ouvintes de futebol no rádio.

E havia José Silvério, ícone da narração esportiva.

Silvério reinou por 23 anos nos 620Khz.

Sua decisão de seguir para os 840khz é um marco de causa ou conseqüência (não sei avaliar) da derrocada da rádio Panamericana.

A partir de então, deixei a JP e fui para a Bandeirantes junto com Silvério.

Hoje em dia, o meu dial vai aos 620 do AM muito raramente. É quando se dá o encontro com figuras tétricas: o próprio Flavio-não-vá-ao-estádio-Prado, um Nilson César que se perdeu ao tentar imitar o inimitável, um Wanderley Nogueira que se deixou contaminar pelo espírito do Mesa Redonda e até um ex-político medíocre.

Virou, enfim, uma emissora de segunda categoria.

Alguns sites e blogs da mídia palestrina, não sem motivo, a apelidaram de "A Portuguesinha das rádios".

Entendo que a Portuguesa não merece tal comparação, em especial porque a decadência da Jovem Pan é, acima de tudo, moral.

(A decadência jornalística veio bem antes e é explicitada na suposta inovação de informar o tempo de jogo não mais em minutos decorridos. O que se ouve agora é: "Faltam 26 minutos para o final do primeiro tempo...". Mas que cazzo é isso?)
Só não esperava que a coisa pudesse chegar a um nível tão baixo quanto o relatado pelo blog do Só Palmeiras.
Chega a ser assustador.

Eu estava em Rio Preto e não posso servir de testemunha, mas ressalto que outros tantos palestrinos tiveram o desprazer de ouvir tais aberrações.

A que ponto chegamos, hein, JP?

12 fevereiro 2008

A hipótese tricolor

Há quem não entenda (ou não leve a sério) a agenda política de manipulação para um só lado, no caso o do Morumbi. Recomendo, pois, a leitura do regulamento do Campeonato Paulista de 2008. Artigo 5º, 2º, 3º e 4º parágrafos:

§ 2º - A designação do local onde serão realizadas as partidas entre São Paulo Futebol Clube, Sociedade Esportiva Palmeiras e Sport Club Corinthians Paulista competirá ao Departamento Técnico da FPF.Tradução: de acordo com seus interesses, a FPF determina onde acontecem os clássicos.

§ 3º - A designação do local onde serão realizadas as partidas das fases semifinal e final competirá ao Departamento Técnico da FPF.Tradução: assim como em 2007, os times pequenos têm mais é que se foder, motivo pelo qual farão os dois jogos na casa dos grandes.

§ 4º - Em nenhuma hipótese será permitido aos clubes o direito de promover a inversão do mando de campo.

A princípio, tudo ok. Ou melhor, tudo errado. Mas é exatamente neste último ponto que reside o grande problema. Vamos à tabela do Paulistão, no mesmo site da FPF:

Rodada 15
16/03/2008
16:00
Palmeiras x São Paulo
Local: Cícero Pompeu de Toledo

Voltemos ao parágrafo 4º: "Em nenhuma hipótese será permitido aos clubes o direito de promover a inversão do mando de campo."

É bem claro o texto, não? Ou o nosso amigo Del Nero inventou alguma interpretação inovadora para a expressão "Em nenhuma hipótese"? Ou, pior, inventou a hipótese tricolor?

Afinal, um Palmeiras x SPFC disputado no estádio do segundo não constitui inversão de mando?

Se não for, o que poderia ser?

Considerando que o Pacaembu deve estar liberado até esta data e que o Palestra Itália já sediou este clássico algumas vezes, com muito mais segurança, fica evidente a predisposição para fazer valer o interesse do nosso inimigo. Mesmo porque a tabela original não trazia nenhuma definição a respeito do local deste jogo.

Como 16 de março está logo aí, é bom nossa diretoria se mexer...

11 fevereiro 2008

O silêncio dos oportunistas

Depois da balbúrdia, o silêncio.

O escândalo sem proporções no clássico de duas semanas atrás surtiu o efeito desejado. As arbitragens voltaram a fazer o que delas se espera.

Tanto quanto o pênalti que deixou de ser marcado - e que pode, admito, ser um lance interpretativo - chama atenção o segundo gol do SPFC, de falta. Porra, o cara empurrou quatro jogadores da barreira santista, com as duas mãos, e nada foi marcado? Foi certamente um dos lances mais grotescos dos últimos anos; ficou por isso mesmo...

Ao final, técnico e jogadores tiveram a habitual cara-de-pau, com requintes de mau-caratismo. Muito porque este lance do pênalti e gol no contra-ataque guarda semelhanças com o lance de um outro clássico, também na marca dos 40 minutos do segundo tempo e também com ataque para o mesmo lado. Mas, na ocasião, o adversário era outro, e a competição, muito mais importante. Lá como cá, parte da imprensa se cala.

Ainda não veio a público o pequeno dirigente do SPFC. Nada de discursos indignados. Nem de pedido de veto a este ou aquele árbitro. Tampouco se falou em STJD, comissão de arbitragem, porra nenhuma...

Afinal, o objetivo já foi alcançado.

10 fevereiro 2008

É só o começo...

A bola resolveu entrar, palestrinos.

Depois dos massacres em Piracicaba, contra o Ituano, e do primeiro tempo diante do Guaratinguetá, a etapa inicial diante do Guarani fazia crer que o jogo deste último sábado à noite parecia tomar o mesmo rumo. Mas aí Luxa mexeu bem no time, Alex Mineiro foi o matador que todos esperamos e até o Leandro acertou um cruzamento. O resultado não poderia ser outro: uma convincente vitória, a primeira de muitas.

Se esperávamos muito de Diego Souza – e eu ainda acredito nele –, coube a Léo Lima o papel de destaque no meio. De figura desacreditada em sua chegada, o camisa 27 mostrou que pode ser boa opção, ainda mais se for para deixar o Martinez no banco.

Temos agora três jogos para somar nove pontos: Juventus, em campo neutro (Ribeirão Preto); Rio Claro, fora; e Rio Preto, no retorno à nossa casa. Depois disso, o primeiro desafio do ano, o grande clássico desta cidade. Se tudo caminhar bem, chegaremos com força total para a guerra do dia 2 de março.

***

SP-SJRP-SP

12 horas de estrada, noite mal dormida no ônibus, cansaço e mais um novo estádio conhecido. Por sinal, uma das boas canchas do interior, ao menos na arquibancada. Faço questão de deixar elogios, dentro do possível e com ressalvas, à torcida de Rio Preto e também à bastante agradável cidade do nosso amigo Vitor.

Tem mais estrada no sábado próximo, rumo a Ribeirão Preto.

07 fevereiro 2008

Quem (não) quer voltar para casa?




Repito, agora com ênfase: se o Palmeiras não conseguir a vaga na fase final do Campeonato Paulista, a culpa é toda da diretoria que aí está, preocupada mais em ganhar migalhas interioranas do que em fazer valer o critério técnico do mando de campo. E isso vale não só para os nossos - tema já abordado no post anterior -, mas também para o de um adversário, como explico adiante.

Fiquei sabendo, por um amigo bastante influente, que o Juventus aceitou ceder ao Palmeiras o mando de campo deste duelo do próximo dia 16, sábado, às 16h. O argumento é muito simples: sem poder jogar na Javari, o clube da Mooca seria visitante em qualquer outro lugar. Aí pesou a questão financeira, e o Juventus deixou com o Palmeiras a decisão sobre o local da partida. Desde que a renda ficasse na Mooca, poderia ser em qualquer estádio.

Por qualquer estádio, leia-se também o Palestra Itália, que estará em plenas condições de uso até lá.

Com isso em mãos, o que fez a nossa diretoria?

Simples, caros amigos palestrinos: ficou na dúvida entre Limeira (154 km) e Ribeirão Preto (336 km).

Apoiados ainda na conveniente reforma do gramado do Palestra - que permitiu fazer, sem despertar polêmicas, algo que já estava nos planos -, nossos dirigentes continuam a leiloar os mandos de campo, mesmo um improvável como este.

Se antes Barueri, Piracicaba e SJRP haviam feito boas propostas, agora foi a vez da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Vai bem a nossa diretoria, não?

No meio de tanta ganância barata, o fator técnico vai para o lixo por conta de centavos que certamente não compensam o risco de uma desclassificação prematura.

Porque me parece evidente hoje que este time carece de um referencial, algo impossível quando se migra de uma cidade para a outra. É uma equipe desnorteada, sem casa, sem ter para onde correr.

É o que eu consigo concluir a partir de declarações do Madureira e dos próprios jogadores, alguns que nunca vestiram a nossa camisa no sagrado Palestra Itália.

Há, é fato, muitos outros defeitos e problemas, mas time nenhum vai acontecer se não tiver a sua própria casa.

Tomemos como exemplo o caso do nosso maior rival, o SCCP. É fato que, na ausência do Pacaembu, o Morumbi está longe de ser o local ideal, mas eles ao menos estão na própria cidade, diante da torcida local e com uma seqüência lógica. De quebra, ainda estarão mais adaptados ao estádio em que se disputam os principais clássicos.

No caso do nosso elenco atual, tem nego que nunca antes deve ter pisado no estádio do SPFC; se realmente houver, ele será apresentado a este campo, sem qualquer cerimônia, já em um clássico contra o SCCP, dentro de 25 dias.

É o preço que se paga por apostar em uma estratégia cigana e mercenária, em que ganhar ou perder vale menos do que as migalhas que cada Prefeitura pode pagar.

Todos querem voltar para casa.

Menos a diretoria...

05 fevereiro 2008

Exílio forçado (e infindável)

A derrota em Bauru não muda o que eu penso – que este time ainda vai acontecer –, mas é, sem dúvida, um fator de complicação. Não pela (pequena) distância que nos separa do G4, mas sim pela aparentemente eterna impossibilidade de jogarmos na nossa cidade.

As más notícias não param de se suceder, como se estivesse em curso uma orquestração para manter o Verdão longe de sua casa. Como se não bastasse o boicote da nossa própria diretoria, que jogou no lixo cinco mandos, ainda vem o paulistano Juventus e resolve transferir para o estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, o jogo contra nós, no próximo dia 16, sábado, às 16h.

Parece perseguição: por uma dessas imperfeições do departamento técnico da FPF, foi nosso o mando contra o Juventus nas duas edições anteriores do Paulistão. Jogos no Palestra, portanto. SCCP e SPFC, por outro lado, foram visitantes contra o time da Mooca e tiveram o enorme privilégio de jogar no Pacaembu.

Aí, quando chega a nossa a nossa vez, algum vagabundo resolve prolongar o exílio – e esvaziar nossos bolsos –, levando o jogo para a distante Ribeirão Preto?

Com mais essa brincadeira de mau gosto, teremos o seguinte: ao final da 10ª rodada, o Palmeiras terá visitado nada menos que oito cidades, sendo que nenhuma delas é a sua própria. Para complicar, apenas duas ficam a menos de 150 km da capital. Pela ordem:
Barueri (32), Santos (77), Marília (438), Piracicaba (164), Bauru (326), São José do Rio Preto (454), Rio Claro (190) e Ribeirão Preto (336).

O primeiro jogo na nossa cidade virá na 11ª rodada.

Estréia bastante tardia, o que explica o fato de podermos realizar em casa apenas quatro jogos da fase classificatória.

4 em 19!


Contra tudo isso, eu continuo acreditando que esse time vai acontecer. Mas não dá mais para vacilar; os comandados do Madureira terão de jogar muita bola para superar um cenário desagradável, de quatro jogos em casa e 15 fora.

Essa porra de interior já encheu o saco!

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CRIATIVIDADE SEM LIMITES

O pessoal do departamento técnico da FPF não se cansa de inventar moda na hora de montar a tabela do Campeonato Paulista. Vejamos três das mais recentes idéias, uma já citada anteriormente:

1. A Portuguesa disputa amanhã o seu sétimo jogo na temporada estadual. Além de inadequado, o horário das 19h30 será também o sétimo diferente neste início de ano da Lusa. Os anteriores foram 21h45, 18h10, 17h30, 11h, 16h e 20h30;

2. Está na tabela: a vitoriosa Ponte Preta fez seis jogos até o momento. Quatro em casa e dois fora, o que já representa uma distorção. Mas a FPF foi além e programou os próximos dois jogos do clube campineiro para o Moisés Lucarelli. Assim, ao final de oito rodadas, a Ponte terá disputado seis jogos na sua casa e apenas dois fora. Genial!;


3. Situação oposta vive o caçula Mirassol. Das sete partidas iniciais da equipe amarela, apenas duas acontecem em casa. Cinco serão fora de seus domínios, incluindo Palmeiras e SCCP.

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*Amanhã, dia útil, fica complicado. Mas sábado, diante do Guarani, vamos a Rio Preto. No outro sábado, é a vez de Ribeirão. Nessa brincadeira, não há dinheiro que resista...

02 fevereiro 2008

E o torcedor, como fica?

A Portuguesa pega hoje o Bragantino “em casa”. Sem casa, aliás, pois o Canindé está interditado. É o terceiro jogo com mando da Lusa. O terceiro fora, desta vez no Martins Pereira de São José dos Campos.

O problema não é tanto este, mas sim os horários enfrentados pela Lusa neste retorno à divisão de elite do Campeonato Paulista. É, diz a FSP, o sexto diferente em seis jogos disputados: “A Lusa jogou às 21h45, 18h10, 17h30, 11h e 16h. Hoje, será às 20h30, e na próxima quarta, contra o Paulista, às 19h30”.

Ou seja, vão obrigar a pobre Lusa a jogar no sábado de Carnaval às 20h30 em SJC (qual será o público disso aí?) e ainda inventam um sétimo horário diferente no seu sétimo jogo?

Os caras estão caprichando. E o torcedor fica perdido...

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Caros,

O importante é ganhar do Noroeste, logo mais em Bauru. Sobre o caso do patrocínio da Fiat, a mídia palestrina (links aí ao lado) já abordou o tema à exaustão. Eu sinceramente não tenho nada mais a acrescentar além de tudo o que já foi dito.